A transição da Ossa (Orquestra Sinfônica de Santo André) cumpre mais uma etapa amanhã, às 16h, quando se apresenta na concha acústica da Praça do Capivari pela 40ª edição do Festival Internacional de Campos do Jordão pela primeira vez sob a batuta do novo regente-titular e diretor artístico, Carlos Moreno. O festival é o maior evento do gênero na América Latina. "Não sei se a orquestra estará diferente por conta do meu estilo, é algo que não posso responder em nome dos músicos. Sei que com nosso trabalho, algo que já é muito bom estará excelente daqui poucos meses", aposta.

Apesar de imprimir seu ritmo de trabalho desde a sua chegada, em março, Moreno revela ainda seguir indicações do maestro Flavio Florence, fundador da Orquestra morto no ano passado. É o caso da presença da solista do concerto, a pianista carioca Clélia Iruzun, que já se apresentou com a orquestra andreense em 2006. "Nunca havia trabalhado com ela e estou adorando. Ela é uma poetisa ao piano", elogia Moreno.

O programa de amanhã inclui as peças O Garatuja, de Alberto Nepomuceno (1864 - 1920), as Suítes nº 1 e 2 da ópera Carmen, de Georges Bizet (1838- 1875) e Concerto para Piano em Lá menor, de Robert Schumann (1810-1856). Obrigatoriamente, o repertório deveria contar com autores brasileiros e franceses, já que o Festival integra o calendário do Ano da França no Brasil.

A Ossa interpretaria originalmente a Abertura Festiva, do pernambucano Marlos Nobre, na seção brasileira. Mas, por conta de uma série de contradições de notas encontradas na partitura, a peça passará pela revisão do maestro e dos arquivistas da orquestra, coisa que já havia sido feita com O Garatuja, do cearense Nepomuceno. "O trabalho levou quase três meses para ser concluído, mas não há mais nenhuma dúvida em relação às notas. Já pagamos os direitos da Abertura Festiva e devemos apresentá-la futuramente", afirma.

Outro compromisso importante da formação nos próximos dias é o concerto no dia 26, dentro da programação de encerramento do Festival de Inverno de Paranapiacaba. "Reapresentaremos o programa do concerto realizado na Chácara Pignatari em maio. É popular e agradou bastante ao público" justifica Moreno. Entre as peças estão obras de Carlos Gomes, Tchaikovsky e Mozart. O ator Wellington Nogueira, integrante da Ong Doutores da Alegria e que apresentou as músicas do concerto na ocasião, fica de fora desta vez, por conflito de agenda.