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Velhos conhecidos

Ford Fusion mostra que evoluiu em termos de design e mecânica, mas não perdeu a maior qualidade: o conforto

Por Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
15/07/2009 | 07:00
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Ford Fusion e Volkswagen Jetta tornaram-se grandes rivais no setor automotivo nos últimos anos. E não é para menos, pois semelhanças entre ambos não faltam, a começar pelo local onde são fabricados: México. Os dois também têm preços parecidos e miram o mesmo público - jovens executivos bem-sucedido. Agora, senão bastassem essas coincidências, o Fusion ganhou, na versão 2010, motor 2.5, assim como o Jetta.

Porém, para este embate entre velhos conhecidos, o Ford traz novas armas que vão além de um novo propulsor. Design atual e conjunto mecânico aprimorado fazem parte do arsenal do Fusion, que, para alegria do consumidor, manteve o preço: R$ 84,9 mil.

O Volkswagen, por sua vez, não oferece ao consumidor nada de inédito, a não ser um preço mais competitivo - R$ 79.890. Porém, o "esportivo disfarçado de sedã" - como a própria marca o define - tem atributos que podem fazer a cabeça do comprador, como, por exemplo, o desempenho.

Por isso, para chegarmos ao resultado deste comparativo, precisamos conhecer a fundo cada um dos participantes.

DESIGN - No quesito visual, o Fusion leva o primeiro ponto. Com projeto mais atual e agradável ao olhar, o Ford transmite imponência. As três barras metálicas na grade dianteira, somadas ao conjunto óptico redesenhado, chamam a atenção.

A lateral, por sua vez, não sofreu modificações profundas - linha de cintura alta e área envidraçada reduzida. É até possível confundi-lo com o antigo Fusion. Na traseira, as novas lanternas têm o efeito colmeia e perderam a moldura metálica que, para alguns, não combinava com o carro.

O Jetta não mudou em nada, apesar de continuar atraente. Entretanto, é preciso ressaltar: as primeiras rugas já estão aparecendo e uma rejuvenescida ainda em 2009 poderia ser uma boa pedida para o sedã.

CONFORTO - Em termos de conforto, o Ford volta a ser superior. Além de maior em relação ao Volks - são 29 cm a mais de comprimento e 19 cm de distância entre os eixos -, o Fusion oferece mais itens de série, justificando seu bom custo-benefício.

Além do ar-condicionado de duas zonas, o Ford traz bancos revestidos em couro, direção elétrica, rodas de liga leve de 17 polegadas, freios com ABS, seis air bags e CD player com MP3. O único opcional é o teto solar elétrico, que sai por R$ 4.000.

O Jetta também oferece uma gama interessante de agrados, mas fica em débito quando comparado ao Fusion. Destaques para o ar-condicionado de duas zonas, direção hidráulica, quatro air bags, freios com ABS e rodas de alumínio de 16 polegadas. Os bancos revestidos em couro são opcionais (R$ 4.225), assim como o teto solar elétrico (R$ 2.990). O sensor de chuva (R$ 990), que no Ford não está disponível, no Jetta é opcional, pelo menos.

Jetta tem melhor desempenho

Quando a avaliação ruma para o conjunto mecânico, o Jetta sai na frente, porém sem muita vantagem, como acontecia anteriormente, quando o Fusion era equipado com o coração 2.3 16V de 162 cv de potência.

O Volkswagen consegue materializar o prazer ao dirigir. Com respostas rápidas, o bólido instiga a acelerar. Pisar fundo no pedal da direita. O torque de 24,5 mkgf a 4.250 rpm é ideal para o sedã. Apesar de ter 3 cv a menos do que o Fusion - 170 cv contra 173 cv - , o Jetta entrega melhor desempenho.

Um dos motivos por este comportamento apimentado está na transmissão automática Tiptronic de seis velocidades - com opção de trocas manuais na alavanca - , que torna o Jetta mais ágil nas arrancadas e retomadas. Destaque para o ronco do propulsor - agradável aos ouvidos de quem aprecia uma tocada esportiva.

O acerto da suspensão mais rígido complementa a excelente dirigibilidade. O carro fica na mão mesmo em curvas mais fechadas desafiadoras.

É importante ressaltar: o Fusion evoluiu, porém não o bastante para desbancar o Volks. O torque de 22,9 mkgf entregue a 4.000 rpm do novo motor 2.5 16V o deixou mais interessante e esperto.

A nova transmissão automática de seis velocidades - no modelo antigo era apenas de cinco - também conferiu novo fôlego ao modelo. As trocas são precisas e sem solavancos.

O conjunto de suspensão também melhorou. O sedã esta mais firme. Aquele ajuste molenga do sedã - herança dos carros norte-americanos - desapareceu, tornando o carro muito mais agradável.

RESULTADO FINAL - Apesar de um desempenho inferior, o Fusion levou a melhor sobre o Jetta por apresentar melhor custo-benefício, projeto mais moderno e combinação de conforto e espaço mais interessante que o Volkswagen.

Porém, é preciso deixar claro: o Jetta permanece como excelente opção de compra para o consumidor que coloca em primeiro lugar - no topo da lista - o prazer de dirigir de forma mais ousada.




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