Política Titulo Alternativa
Tião Mateus recua
e apresenta plano B

Presidente da Câmara diz que, sem laudo dos bombeiros,
sessão ocorrerá na Faculdade de Direito de São Bernardo

Por Rogério Santos
Do Diário do Grande ABC
02/02/2013 | 07:25
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Um dia após admitir que utilizaria o novo prédio do Legislativo de São Bernardo para sediar a primeira sessão de 2013 na quarta-feira mesmo sem alvará do Corpo de Bombeiros, o presidente da Câmara, Tião Mateus (PT), recuou. Ele disse que, sem a documentação necessária, levará os trabalhos para o auditório da Faculdade de Direito de São Bernardo, no bairro Jardim do Mar.

Na segunda-feira, Tião afirmou que vai procurar o 8° GB (Grupamento de Bombeiros) - que responde pelo Grande ABC - para tentar pela última vez conseguir o aval da corporação. Se a resposta for negativa, os 28 vereadores começarão a legislatura 2013-2016 em plenário improvisado.

"Embora o prédio da Câmara já tenha sido inaugurado e utilizado (para diplomação e a solenidade de posse), não podemos realizar as sessões se o local não estiver dentro da legalidade", justificou, agora, o petista.

A decisão foi tomada ontem durante reunião entre o petista e a mesa diretora da Casa, formada pelo vice-presidente Fábio Landi (PSD) e os secretários Mauro Miaguti (DEM) e Gilberto França (PMDB). O grupo vai comunicar os demais parlamentares.

Na edição de ontem do Diário, o petista disse que não tinha outro local disponível para acolher os parlamentares e que, por isso, autorizaria a sessão na nova sede do Parlamento. Antes de decidir pela Faculdade de Direito, ele cogitou levar os trabalhos para o Cenforpe (Centro para Formação de Professores), no bairro Planalto, ou para a sede da Associação dos Funcionários Públicos de São Bernardo, no Centro.

Desde que assumiu o comando do Legislativo, em 1° de janeiro, Tião responde pela finalização da obra no prédio da Câmara, participando de reuniões com os bombeiros e cuidando da instalação dos equipamentos de segurança, como extintores e dispositivos de segurança contra incêndio.

Major do 8° GB, Alexandre Augusto Ocampo de Souza disse que, se as recomendações feitas durante as vistorias ao prédio forem cumpridas e a documentação exigida for entregue, não há impedimento para a liberação do espaço. "Com esses procedimentos é possível conceder o auto de vistoria em até 24 horas", garantiu o major.

Iniciada em novembro de 2011 na gestão de Hiroyuki Minami (PSDB) e projetada para terminar em novembro de 2012, a obra atrasou e foi entregue inacabada pelo tucano em 11 de dezembro. A previsão é que a construção seja concluída em 30 de março.

Tião Mateus opinou que não acredita que a empreiteira contratada termine a obra no novo prazo estipulado.

 

Oposição se articula para barrar uso do prédio sem alvará

Enquanto o presidente da Câmara de São Bernardo, Tião Mateus (PT), discute a realização dos trabalhos da Casa em outro espaço, a bancada de oposição se articula para impedir a utilização do novo prédio do Legislativo sem laudo do Corpo de Bombeiros.

"Essa tragédia que aconteceu no Rio Grande do Sul (na cidade de Santa Maria), em que 236 vidas se perderam numa boate sem alvará dos bombeiros nos serve de alerta. Além da segurança dos vereadores, temos de nos preocupar com os funcionários da Câmara e os munícipes que acompanham as sessões", disse o líder da bancada do PPS, Julinho Fuzari.

O popular-socialista protocolou requerimento pedindo a anulação de todos os atos do Legislativo se a sede for utilizada sem a liberação de uso pela corporação. "Encaminhei uma cópia do requerimento para o Ministério Público", completou.

Apesar do discurso inflamado, Julinho desconsiderou a possibilidade de boicote aos trabalhos legislativos na quarta-feira. "Nosso objetivo é utilizar apenas procedimentos legais", alegou.

O oposicionista disse que tentou conversar com Tião Mateus para discutir sobre o andamento das obras do prédio da Câmara, mas argumentou que não teve resposta do petista.

O embate entre Julinho e Tião antes mesmo do fim do recesso parlamentar sinaliza que a relação entre os dois será conflituosa no plenário da Câmara.

O chefe do Legislativo não demonstra preocupação com a atitude de Julinho. "A oposição fica fazendo politicagem em vez de tratar os assuntos de maneira séria", disparou o petista. RS




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