Setecidades Titulo Desperdício
S.Caetano gasta R$ 35 mi
para reduzir perda d’água

Meta do DAE é diminuir de 25% para 15% volume
desperdiçado na cidade; as obras levarão dois anos

Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
18/08/2014 | 07:00
Compartilhar notícia
Nario Barbosa/DGABC


O DAE (Departamento de Água e Esgoto) de São Caetano irá investir R$ 35 milhões para reduzir a perda de água na cidade. Atualmente, cerca de 25% do que sai dos reservatórios não chega ao destino final ou não é contabilizado pela autarquia. Isso ocorre em razão de vazamentos na rede ou fraudes em hidrômetros – equipamento que mede o consumo individual. A meta é reduzir esse índice para 15% até 2016.

Segundo o diretor-geral do departamento, Welington Kalil, atualmente, o volume da perda é de 300 litros por ligação/dia. “Isso quer dizer que, em cada ligação do DAE para uma residência, hoje a gente perde 300 litros de água diariamente.” Apesar de o desperdício chamar atenção, o índice de 25% é considerado bom se comparado à média nacional. O último Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto, elaborado pelo SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), do Ministério das Cidades, mostra que, em 2012, a média nacional era de 36,9%. Na região Norte, quase metade da água tratada não chegava ao destino final.

Para conseguir atingir o resultado almejado, serão adotadas pelo menos seis medidas. Uma delas será a subdivisão da cidade em 42 DMCs (Distritos de Medição e Controle). “Nesses pequenos setores, teremos total controle de vazão e pressão. Qualquer tipo de evento você consegue detectar e resolver o problema mais agilmente. Vamos instalar diversas válvulas com telemedição, e tudo vai ser controlado on-line pelo nosso CCO (Centro de Controle Operacional)”, explica Kalil.

Outra medida será a substituição de hidrômetros antigos, deixando apenas os aparelhos com, no máximo, cinco anos de vida útil. Também haverá a troca dos cavaletes – estrutura sobre a qual é instalado o medidor. “Hoje, grande parte dos vazamentos está localizada nos ramais e nos cavaletes, que geralmente são de ferro fundido e têm muitas emendas.” O modelo que será utilizado recebe o nome de ULMC (Unidade de Ligação, Medição e Controle).

Paralelamente às obras, empresa de engenharia contratada pelo DAE fará o diagnóstico das redes de água e esgoto. “O trabalho deverá ocorrer em 12 meses e nos trará o panorama do município. Vai mostrar se o que temos hoje de rede está adequado ao que temos de cadastro e em qual momento teremos que fazer investimentos para troca de tubulações”, detalha Kalil. “Com isso, usa-se o recurso de forma mais responsável, pois é aplicado de forma preventiva, e não corretiva.

ECONOMIA

Desde fevereiro, quando foi intensificada a crise de abastecimento na Grande São Paulo, o consumo de água teve queda de 15% em São Caetano. O volume mensal que deixou de ser gasto seria suficiente para abastecer a cidade por cinco dias ou encher, diariamente, três piscinas olímpicas.

Sabesp investe R$ 58 milhões para combater extravio em São Bernardo

Para diminuir o índice de perdas de água em São Bernardo, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) está investindo R$ 58 milhões em ações que serão executadas até o fim do ano que vem. A meta é reduzir para 25% a taxa de extravio na cidade, que hoje gira em torno de 29%.

Atualmente, o volume desperdiçado é de 405 litros por ligação/dia. Após as intervenções, a companhia espera chegar a 367 litros por ligação/dia. Além da troca de hidrômetros e do combate às fraudes, técnicos da empresa farão procedimento chamado de geofonamento, que consiste em escanear as ruas para detectar vazamentos subterrâneos.

O investimento em São Bernardo faz parte do Reágua (Programa Estadual de Apoio à Recuperação de Água). Em julho, convênio entre a Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, a Sabesp e a Prefeitura de São Bernardo autorizou repasse de R$ 11,2 milhões à empresa, por meio de financiamento com o Banco Mundial. No entanto, o recurso só chegará aos cofres da companhia caso a meta de reduzir o índice para 25% seja cumprida. Do contrário, a remuneração será parcial.

Em evento ocorrido no início deste mês, a Sabesp reforçou a meta de investir, até 2017, R$ 3,1 bilhões para minimizar o volume desperdiçado em toda a Grande São Paulo.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;