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Sexto agente penitenciário é morto
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
08/07/2006 | 08:18
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O sexto agente penitenciário foi assassinado sexta-feira pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) desde 28 de junho, quando se intensificaram os ataques aos funcionários do sistema prisional. Desta vez, não escapou dos criminosos nem o integrante da diretoria do Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo), Paulo Gilberto Araújo, 54 anos, que trabalhava no presídio Adriano Marrey, em Guarulhos.

Araújo foi surpreendido às 6h30 pelos assassinos na garagem de casa, localizada na Casa Verde Alta, zona Norte da capital. De acordo com a polícia, o sindicalista estava chegando na residência quando foi morto com diversos tiros.

De acordo com investigações, dois homens que ocupavam um Toyota Corolla prata abordaram o funcionário e dispararam várias vezes. Os vizinhos escutaram os tiros e os pedidos de socorro da mulher e do filho de Araújo. O sindicalista foi levado até pronto-socorro do Hospital Vila Nova Cachoeirinha, mas não resistiu.

“A situação está ficando insustentável. Não escapou da ira dos criminosos até uma liderança da classe como era Araújo. Nosso companheiro sempre se dedicou às melhorias do trabalho e nunca abandonou os trabalhadores nos momentos mais difíceis. Foi uma perda muito grande”, afirmou o presidente do Sindasp, José Cícero Sarnei.

Por conta do assassinato, tanto o Sindasp quanto o outro sindicato da categoria, o Sifuspesp (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo), informaram sexta-feira que as visitas de parentes não serão permitidas neste fim de semana nas unidades prisionais. Entretanto, a determinação pode não ser cumprida por toda a classe, pois a mesma medida estava prevista para o último fim de semana e as visitas foram realizadas normalmente na maioria dos presídios estaduais. Os trabalhadores temem que os detentos fiquem revoltados e deflagrem rebeliões.

De acordo com a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), ficaram paralisadas sexta-feira 47 das 144 unidaddes prisionais do Estado, incluindo as quatro do Grande ABC (Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá). Somente os serviços de alimentação e atendimento médico foram mantidos.

Também na zona Norte de São Paulo, criminosos atacaram duas casas de policiais militares. Atiraram contra as fachadas das residências, jogaram artefatos explosivos, escreveram o nome completo de um dos policiais no muro de uma das residências e desenharam um caixão no muro da outra.

A SAP está pleiteando 40 vagas no presídio federal de Catanduvas, no Paraná, para os presos mais perigosos de São Paulo. Segundo o secretário Antônio Ferreira Pinto, será uma das medidas para reduzir a tensão no sistema prisional paulista, agravada pela onda de rebeliões ocorrida em maio. “Temos 19 presídios totalmente destruídos e uma demanda acima da capacidade de atendimento”.

A maior parte das vagas deverá ser preenchida com presos ligados ao PCC. O secretário não citou nomes, mas disse que os presos serão escolhidos de acordo com seu perfil. Ele não confirmou se Marcos Williams Herbas Camacho, o Marcola, líder do PCC, será um dos transferidos.

O secretário criticou a gestão anterior a respeito do trato com os presos. “Houve excesso de concessões e regalias para os presos, que agora estão sendo cortadas. Estamos tentando restabelecer uma realidade que foi deixada de lado. Antes, havia muitas concessões, que agora foram cortadas. O que é direito será dado”, afirmou Pinto.




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