Pivô do processo em que o deputado Luiz Carlos da Silva, o professor Luizinho, é acusado de receber dinheiro do publicitário Marcos Valério, o assessor José Nilson dos Santos perdeu o emprego no gabinete do parlamentar e agora corre o risco de ser expulso do PT de Santo André, onde já exerceu cargo de direção. “Nilson continua filiado ao partido, mas aguardamos reunião com o diretório para discutir o encaminhamento em relação a ele. Vamos encaminhar o caso para a comissão de ética. Vamos ouvi-lo também, como ele foi ouvido em Brasília”, disse o presidente do PT, Cláudio Malatesta. Sempre que procurado, Nilson evita falar com a reportagem. Quinta, outro usuário atendeu na caixa postal de seu celular.

Embora tivesse reunião ordinária marcada apenas para a próxima semana, a executiva municipal do PT de Santo André se reuniu nesta quinta para acompanhar a votação do relatório no conselho de ética. Malatesta afirmou que o encontro no mesmo dia da apresentação do documento em Brasília foi apenas uma coincidência e que outros pontos importantes fariam parte da pauta da executiva. Ele afirmou que recebeu com surpresa a informação de que o relator Pedro Canedo pediu a cassação de Luizinho. “A informação é que não teria maiores problemas. O assessor do Luizinho assumiu toda a responsabilidade. Isso foi uma surpresa”, afirmou.

O presidente do PT nega que a discussão dentro do partido envolva a sugestão de nomes que possam substituir Luizinho na disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados em outubro. “Não tem nome definido para deputado federal. A grande maioria da executiva e do partido acredita que ele tranqüilamente poderá concorrer à reeleição”, afirma Malatesta. O presidente do PT de Santo André ainda torce pela absolvição de Luizinho, embora considere que está mais difícil. “Torço para que sim. Embora a gente saiba que ficou mais difícil. Estávamos aguardando para esta semana este desfecho.”