Outros dois, que também viajavam clandestinos no mesmo navio e se encontravam em outro compartimento, se atiraram ao mar ao ver a confusão e também tiveram ajuda de um outro barco para chegar a Recife.
Com idade entre 15 anos e 21 anos, os jovens disseram ter embarcado em busca de uma vida melhor. Eles vieram de Conacri, capital da Guiné, e viajavam há sete dias no porão sem que ninguém percebesse, até que um deles saiu do esconderijo para ver se já havia sinal de terra e foi flagrado.
Eles acusaram a tripulação de os terem espancado, antes de os jogarem ao mar. Um dos rapazes, Karamoko Suma, quebrou o braço e ficou internado no Hospital da Restauração. Os jovens prestaram depoimento na Polícia Federal, depois de terem sido examinados no Hospital Osvaldo Cruz, especialista em doenças infecto-contagiosas. Nada apresentaram. Eles serão repatriados para Conacri.
Um dos resgatados, Mamadis Kouroma, 21 anos, disse ter embarcado no Tu King sem saber o seu destino. Desempregado e sem perspectivas de vida, ele e os amigos entraram na embarcação por uma abertura que fica por trás do navio. Alimentavam-se de aveia e barras de cereais que levaram. Tudo foi deixado no navio, segundo ele, assim como os documentos e algumas peças de roupa.
A Polícia Federal instaurou inquérito para investigar o caso e espera a inspeção sanitária que está sendo realizada no navio pela Vigilância Sanitária estadual, para interrogar a tripulação do Tu King. Se for comprovada a agressão contra os africanos, o comandante poderá ser acusado de homicídio.
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