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Situação do shopping popular ainda preocupa comerciantes

Após 15 anos do incêndio que destruiu local, lojistas questionam estrutura e manutenção

Por Flávia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
09/01/2020 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


A falta de manutenção e de brigadistas preocupa comerciantes do Shopping Popular de Mauá, no Centro, que temem incêndio como o de 15 anos atrás, quando os 245 boxes instalados no endereço foram destruídos, deixando centenas de pessoas no prejuízo. A atual estrutura, com capacidade para 275 bancas, foi inaugurada em 2009. Ontem, a equipe do Diário esteve no estabelecimento e observou fios expostos.

“No meio do ano passado, deu um curto e começou a pegar fogo. A sorte foi que um cliente sabia como apagar. Aqui, ninguém está preparado, inclusive, tentaram apagar o fogo com extintor de água (que não é próprio para focos causados por equipamentos elétricos)”, relatou uma comerciante de acessórios para celular que está há 19 anos no local e pediu sigilo. “Eles só pensam em receber o aluguel (de cerca de R$ 550)”, completou.

“Os fios estão para fora, todos expostos, como era antes do incêndio, dá um pouco de receio”, afirmou Edilaine Honório, 33 anos, há 20 no endereço onde, atualmente, comercializa eletrônicos. José Pereira, responsável pela administração do empreendimento, garantiu que todas as documentações estão em dia e que não há com o que se preocupar. “Tudo está conforme a legislação. Temos a autorização do Corpo de Bombeiros válida e trocamos os extintores recentemente”, assinalou. A equipe do Diário verificou e, de fato, o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) está vigente e os extintores de incêndio estão no prazo de validade.

Segundo Edilaine, outro problema é a falta de divulgação para atrair novos clientes, já que as vendas caíram pelo menos 80% desde a inauguração. “Faltam divulgação e interesse em cuidar do espaço”, destaca.

Comerciante desde a época da “feirinha”, há 25 anos, José Vieira, 59, vende roupas em um dos dos boxes do camelódromo. Além da falta de publicidade, ele atribui a queda nas vendas ao perfil dos lojistas. “Veio muita gente nova, que nem sempre atende como os clientes que vêm da minha época gostam de ser atendidos”, explicou. “Recomecei do zero porque tudo o que sobrou (depois do incêndio) foram as cinzas. Gosto muito do que faço, o problema são os imprevistos, que acabam nos deixando desgostosos.”

Por outro lado, Jaime Gomes Carvalho, 66, que está há duas décadas no endereço, acredita que a clientela se manteve no decorrer dos anos, apesar dos “contratempos” como a crise econômica. Em relação à falta de divulgação, ele acredita que o ideal seria a união entre administradora e lojistas para fomentar o nome do shopping.

Procurada, a Prefeitura de Mauá não se posicionou até o fechamento desta edição. 




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