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Israel rejeita proposta de cessar-fogo de Haniyeh
Da AFP
08/07/2006 | 17:13
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O primeiro-ministro palestino Ismail Haniyeh pediu neste sábado que ambas as partes respeitem um cessar-fogo em Gaza, proposta rejeitada por Israel, cujos tanques deixaram o norte da região depois de três dias de ocupação, embora prossigam com sua ofensiva nos setores do leste e sul.

"Para sair desta crise é necessário que todo mundo recupere a calma, com base na suspensão das operações militares de ambas as partes", afirmou Haniyeh, líder do movimento islâmico Hamas, que conduz o governo palestino.

Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro pediu "negociações sérias" para resolver pacificamente o seqüestro do soldado israelense Gilad Shalit, capturado por grupos armados palestinos em 25 de junho.

Mas o governo israelense voltou a assegurou que não negocia com terroristas. "Primeiro, devem nos entregar o soldado são e salvo e suspender seus ataques", segundo porta-vozes do premier Ehud Olmert, recordando que o Hamas ainda não reconheceu oficialmente a existência do Estado hebreu.

Os três grupos armados palestinos que reivindicaram este seqüestro exigem em troca da vida do soldado a libertação de dezenas de palestinos detidos em prisões israelenses, começando pelas mulheres, crianças e líderes de facções políticas.

A fim de resgatar com vida o cabo Shalit e terminar com os lançamentos de foguetes palestinos contra seu território, as tropas israelenses iniciaram uma ofensiva em Gaza, em 28 de junho.

Desde quinta-feira, a operação se converteu numa invasão terrestre em zonas habitadas do norte da Faixa, algo que não acontecia desde o desmantelamento das colônias judias desta zona há dez meses.

Três dias depois de iniciada a invasão, os tanques israelense se retiraram do setor ocupado no norte de Gaza, em torno das cidades de Beit Hanun e Beit Lahya, cenário de violentos combates desde quinta.

Pouco depois, as brigadas Ezzedin Al Qassam, braço armado do movimento islâmico Hamas, celebraram a "derrota" do exército israelense.

"A operação israelense fracassou porque seus dois objetivos não foram obtidos. O soldado capturado continua desaparecido e o número de foguetes lançados contra Israel aumentou", declarou Abu Obeida, porta-voz destas brigadas.

Paralelo a isso, na manhã deste sábado o exército israelense realizou uma importante incursão com tanques e helicópteros na periferia de dos bairros do leste de Gaza, Chujaya e Zeitún, onde as tropas enfrentaram a resistência de palestinos armados.

Três palestinos de uma mesma família, entre eles uma menina de 6 anos, morreram e outros quatro ficaram feridos em um ataque aéreo num bairro periférico a leste de Gaza. Segundo as forças israelenses, trata-se de operação limitada, destinada a encontrar túneis e explosivos.

O Hamas, o principal alvo dos ataques de Israel, afirma que o militar israelense está sendo bem tratado, apesar de sua libertação ter se complicado devido à ofensiva israelense. O grupo afirmou neste sábado que quer resolver a questão de forma pacífica e levando em conta os princípios humanitários.

Nas últimas horas, e pela primeira vez, alguns dirigentes israelenses não descartaram um acordo para libertar alguns presos, apesar de quererem um compromisso sob condições acertado com a Autoridade Palestina, presidida por Mahmud Abas, e não com o governo do Hamas.

Abbas, que deixou neste sábado a Faixa de Gaza com direção à Ramallah, na Cisjordânia, pediu à comunidade internacional que aja para pôr fim à 'ofensiva desumana' e garantiu que os esforços para libertar o soldado israelense continuam.

Já Haniyeh, no fim do dia, visitou as casas atingidas pelos combates em Beit Lahya.

"Vou formar tribunais ministeriais especiais para pagar indenizações", anunciou Haniyeh.

"Estamos junto aos palestinos para consertar tudo o que os israelenses destruíram. Tudo será reconstruído", enfatizou o chefe de governo em todas as casas pelas quais passava, sem explicar de onde o Hamas, asfixiado pelo boicote internacional, vai tirar dinheiro para pagar estas indenizações.



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