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Alaíde põe família Demarchi no Paço

Prefeita interina de Mauá nomeia mulher de vereador de S.Bernardo para chefiar Secretaria de Mulheres

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
19/07/2018 | 07:00
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Marina Brandão/Arquivo DGABC


A menos de três meses para o pleito de outubro, a prefeita interina de Mauá, Alaíde Damo (MDB), nomeou integrante da família Demarchi, de São Bernardo, para chefiar a Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres. A nomeação, oficializada ontem no Diário Oficial, reforça a aliança dos dois clãs às vésperas da corrida eleitoral.

Escolhida, Laura Micaela Demarchi é mulher do vereador Rafael Demarchi (PRB), de São Bernardo, e assumiu o posto na terça-feira, em substituição a Andreia Rolim Rios, mulher do prefeito afastado Atila Jacomussi (PSB), que foi exonerada por Alaíde recentemente.

Advogada com passagens em cargos na administração pública, Laura é, sobretudo, indicação política no governo interino de Alaíde. O Diário já revelou que os Demarchi e os Damo, famílias tradicionais de São Bernardo e de Mauá, respectivamente – representados por Rafael e pela ex-deputada estadual Vanessa Damo (MDB) – têm desenhado parceria nas urnas. Nesse contexto, Rafael é pré-candidato a deputado estadual, enquanto que Vanelli Doratioto Damo (PRB), irmã gêmea de Vanessa, está cotada a postular vaga a federal, como antecipou o Diário no mês passado. A possível união também se estenderia para a empreitada municipal de 2020.

A prisão, em maio, de Atila e a consequente troca de governo abriram espaços para o fortalecimento de novas candidaturas patrocinadas pelo Paço mauaense. Antes de o socialista se afastar da Prefeitura, a dobrada governista que vinha se desenhando era entre o presidente da Câmara, Admir Jacomussi (PRP), pai de Atila, e o deputado federal Alex Manente (PPS), também com base eleitoral em São Bernardo.

Atila foi preso no âmbito da Operação Prato Feito, que investiga fraudes e desvios de verbas em contratos de merenda e material escolares. O prefeito eleito de Mauá foi acusado pelo MPF (Ministério Público Federal) de lavagem de dinheiro. O socialista foi detido em flagrante pela PF (Polícia Federal), que encontrou R$ 87 mil em dinheiro vivo guardados em panelas na sua residência. Atila está solto há 34 dias, por força de habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Ao Diário, Admir reconheceu que “a tendência” é de desistir de disputar o pleito de outubro justamente por conta do imbróglio jurídico criado com a prisão e o afastamento do filho do comando do governo mauaense. O parlamentar, porém, ainda não dá como certa a desistência da corrida eleitoral.

LEGADO
No grupo de Atila há quem defenda internamente que Admir banque o projeto eleitoral para ajudar a defender nas ruas o nome do filho das acusações e reforce o legado de um ano e quatro meses de mandato. O socialista ainda aguarda resultado do pedido de reconsideração feito ao TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) para retornar à cadeira. Segundo a defesa do prefeito, o pleito está na mesa do desembargador para decisão. 




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