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Parque é reduto de calmaria em meio à agitação em Mauá

Espaço de lazer onde fica a gruta de Santa Luzia e a nascente do Tamanduateí recebe cerca de 11 mil pessoas por dia após reforma

Bianca Barbosa
Especial para o Diário
14/07/2018 | 07:00
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 Longe do barulho de buzinas, motores e do comércio da cidade, o Parque Municipal Gruta Santa Luzia – que recebe o nome em homenagem à padroeira dos oftalmologistas e das pessoas que têm problemas nos olhos – é reduto de calmaria e natureza em Mauá. “Quando coloco os pés aqui, parece que estou entrando em uma floresta. Você se sente bem, conectada com o verde”, diz a frequentadora assídua Maria Lúcia Benevides, 63 anos, moradora do Jardim Itapeva, bairro que abriga o parque junto com o Jardim Adelina. A revitalização do espaço, que custou R$ 240 mil, é aprovada pelos usuários.

A reforma transformou o chão de terra em caminhos e escadas de paralelepípedos. A área administrativa, a base da GCM (Guarda Civil Municipal) e o portal também receberam melhorias. A academia ao ar livre ganhou equipamentos e telhado. As intervenções também beneficiaram a gruta, onde fica a imagem da santa e a nascente do Rio Tamanduateí

“Antes não vinha aqui, era muito abandonado. Hoje é até um orgulho para a gente, tudo bonito. Acho que é o melhor lugar da cidade. Faço questão de vir caminhar aqui, que é um pouco mais longe de casa, só para desfrutar do parque e dar um alô para a santinha”, comenta o pedreiro José Amâncio Leite, 54. Depois da reforma, o parque passou a abrir das 7h às 18h – uma hora a mais.

O movimento maior é de pessoas que utilizam o espaço para a prática de exercícios físicos, mas também há quem só quer conhecer o conjunto de nascentes, trilhas e a famosa gruta. O administrador João Pedro de Lara, 35, levou a filha para brincar no parquinho e aproveitou para agradecer o pedido alcançado. “Meu pai fez cirurgia de catarata e estava muito preocupado se conseguiria enxergar bem de novo. Pediu que eu viesse aqui rezar por ele no pé da santa, e pegar um pouquinho da água da nascente. Deu tudo certo na cirurgia, e hoje sou devoto dela também.” Enquanto o pai conversava com a equipe do Diário, a pequena Sophia, 5, apontava para a uma árvore próxima, mostrando os esquilos.

A história do parque, inaugurado em 1975, também é recheada de fé. No século 20, quando a cidade era um emaranhado de pedreiras, a gruta foi descoberta junto à nascente do Rio Tamanduateí. Os exploradores, que trabalhavam quebrando rochas no local, às vezes tinham os olhos feridos por lascas das pedras, e iam até a nascente para limpar com a água e invocar a proteção de Santa Luzia.

Anos depois, por causa dos diversos relatos, a imagem da santa foi colocada na gruta, que recebeu seu nome em homenagem. “Ela é poderosa, se você pedir com fé ela realiza. Tiro e queda”, afirma a dona de casa Maria Lúcia, católica e devota da protetora dos olhos.

Além da natureza, dos equipamentos, viveiro municipal e da história, o parque receberá em breve a 3ª Companhia do 30º Batalhão da Polícia Militar. A Prefeitura informou que o projeto arquitetônico e construção estão em andamento junto às secretarias de Planejamento Urbano e de Governo. A notícia é animadora para os frequentadores, que se preocupam com assaltos no parque.

O número de visitantes, que em maio de 2017 era 7.000, depois da reforma passou para 11 mil por mês. Por ser área de nascentes e Mata Atlântica, o parque é protegido por lei federal APA (Área de Proteção Ambiental) e Aeia (Área Especial de Interesse Ambiental). O local foi projetado pelo arquiteto paisagista Burle Marx.

 




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