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Metalúrgicos da Volks rejeitam banco de horas
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
12/07/2008 | 07:08
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A partir de hoje os trabalhadores da planta da Anchieta da Volkswagen trabalham 40 horas semanais. Na sexta-feira, em assembléia, os metalúrgicos rejeitaram uma nova proposta de banco de horas apresentado pela empresa, que elevava a jornada semanal da classe para 42 horas.

A previsão é que a empresa deixe de produzir 1.100 carros por mês com o fim das oito horas mensais que os trabalhadores realizavam para o banco (sendo que apenas quatro eram pagas como extra fixo). Em valores, a queda de faturamento estimada é de R$ 38 milhões.

O fim do acordo para a flexibilização da jornada - de 34 a 42 horas por semana, que existia desde 1997 - fará a montadora quitar as horas excedentes feitas nas duas últimas semanas enquanto não havia uma proposta para o sistema de compensação. A previsão de desembolso para a Volks só para esses dias é de R$ 1,134 milhão, além do que os trabalhadores tinham acumulado no banco.

"Acredito que o principal motivo para a rejeição são as 42 horas diárias. No nosso ritmo, todo dia é muito pesado, ainda mais para quem faz o turno da noite. E com isso, a meta de PLR (Participação nos Lucros e Resulatdos) também foi rejeitada", conta Francisco Duarte de Lima, o Alemão, integrante do comitê sindical.

Segundo o dirigente, as duas questões foram votadas juntas porque as metas colocadas pela empresa só seriam cumpridas com as 42 horas de jornada. Com o fim da flexibilização, não há como produzir o que a empresa colocou para calcular o abono.

O integrante da comissão de fábrica Ailton Gomes também atribui a rejeição de todas as propostas à meta apresentada pela montadora, que foi de 140 mil unidades acima de 2006, quando a empresa pagou o mesmo valor de PLR oferecido neste ano.

Na assembléia, os dirigentes sindicais da fábrica também fizeram questão de deixar claro que a empresa não tem nenhum plano de demissões nos próximos meses e que o acordo feito em 2006, quando foi iniciada a reestruturação da empresa e demitidos 1.300 trabalhadores, se encerra em dezembro deste ano.

"Os trabalhadores temporários também já tiveram os contratos renovados por mais um ano. Acredito que com a demanda do mercado não deve haver qualquer movimento para demissão até 2010. Mas se houver qualquer questão relacionada a corte, quero deixar claro que iremos para a briga", comenta Alemão.

A empresa também não prevê desaquecimento de mercado, pois segundo os dirigentes há negociações para as propostas de sábados extras - 26 ao todo, pagando adicional de 75% - e quatro feriados - com 130% de adicional.




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