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Descoberta fábrica de balões na Vila Magini
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
30/12/2005 | 08:19
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A Polícia Militar Ambiental de São Bernardo descobriu quinta-feira uma fábrica de balões que funcionava clandestinamente em uma loja de fogos de artifício localizada na Vila Magini, em Mauá. No local, foram encontrados diversos materiais utilizados para a confecção, inclusive fogos destinados exclusivamente para balões, o que é proibido.

O proprietário do estabelecimento foi indiciado por crime ambiental e pode ser condenado por até três anos de prisão, além de pagar multa de R$ 5 mil por balão apreendido.

Por meio de uma denúncia anônima, a Polícia Militar de São Bernardo, que atende todo o Grande ABC, recebeu a informação de que a loja Bola Pipas, localizada na rua Davi Boscariol, armazenava, vendia e fabricava balões.

Quinta-feira, às 9h30, policiais foram até o estabelecimento e obtiveram a confirmação da denúncia. A loja funciona em um sobrado de três andares. O imóvel também é a residência do proprietário, João Marcos Batista dos Santos, 44 anos, que trabalha no setor de Relações Comunitárias do Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá).

Quando os policiais entraram no estabelecimento, apenas uma empregada trabalhava na loja. No estabelecimento e no terceiro andar do sobrado, os policiais encontravam vários objetos utilizados na fabricação dos balões.

Foram apreendidos aproximadamente 70 balões, 1.920 fogos de cano curto (exclusivos para balões), dezenas de cangalhas (armações onde são colocados os fogos), duas bancadas utilizadas para a montagem dos balões, centenas de arames para fazer as bocas dos balões, estopas, parafinas e seis álbuns com fotos de campeonatos de baloeiros, entre outros materiais.

De acordo com a polícia, a loja possui a permissão de comercializar fogos de artifícios que não são próprios para a instalação em balões. "Entretanto, encontramos todos esses fogos e materiais que são ligados a balões, o que é proibido pela lei ambiental", afirmou o tenente Rogério Lemos de Toledo, que chefiou a operação de quinta-feira. A ação contou com dez homens e três viaturas da corporação, incluindo um caminhão, necessário para transportar todo o material apreendido.

Os policiais também encontraram uma tabela de preços de produtos relacionados a balões. De acordo com a tabela, os balões eram vendidos de R$ 15 a R$ 250, dependendo do tamanho e dos fogos utilizados.

O dono da loja, João Marcos Batista dos Santos, que estava trabalhando no Sama na hora da apreensão, foi avisado do que ocorreu, foi para a loja e recebeu voz de prisão dos policiais.

Santos foi encaminhado até o 1º DP de Mauá – onde a ocorrência foi registrada – e indiciado por crime ambiental. Como esse tipo de crime não configura flagrante, de acordo com a lei, Santos foi liberado e responderá o processo em liberdade.

Em entrevista ao Diário, Santos disse que parou de trabalhar com balões há um ano, quando se converteu a uma igreja evangélica. "Eu apenas guardava em casa o que a polícia encontrou, não vendia para ninguém. Depois que me converti para a igreja, parei de mexer com essas coisas", afirmou o proprietário.

"Confesso que, antigamente, soltava balões e me envolvia com o assunto. Mas hoje sou outra pessoa. As bancadas que foram encontradas no meu imóvel eram usadas apenas para a confecção de pipas, nada mais", defendeu-se Santos.

Os fogos apreendidos pela polícia ambiental foram transportados para o 3º Batalhão de Choque, em São Paulo, onde há uma equipe especializada em bombas. Após exame do material, os fogos serão incinerados no local.




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