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Ser Au Pair é uma boa
Por Marcela Munhoz
Diário do Grande ABC
24/07/2011 | 07:00
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Se gosta de crianças e apresenta, pelo menos, nível intermediário de inglês, tem grande chance de participar de um programa de intercâmbio que está cada vez mais caindo no gosto dos brasileiros a partir de 18 anos. É o Au Pair, que em francês significa ‘igual', indicando que o intercambista será aceito como um igual pela família com quem vai morar.

A diferença deste para outros programas é que é o único regulamentado pelo governo dos Estados Unidos. Neste tipo de viagem, a família é obrigada a pagar curso de inglês e o trabalho é exclusivamente cuidar dos filhos do casal. "Os candidatos não têm obrigação de limpar a casa, mas a sujeira das crianças", explica Andreia Cosme, representante da agência Cultural Care do ABC.

O salário como babá também já é estipulado: US$ 195,75 (cerca de R$ 332) por semana, com direito a um dia de folga e duas semanas de férias remuneradas. O programa dura no mínimo um ano e no máximo dois anos, dependendo da adaptação da família e do candidato. O Au Pair costuma ser um dos intercâmbios com melhor custo/benefício. O gasto gira em torno de R$ 2.300, incluindo visto (específico), passaporte e carteira de habilitação internacional.

O que conta muito na hora da escolha da família é a habilidade com crianças; por isso, é exigido 200 horas de experiência com foto e referências para comprovar. Também é preciso ter até 26 anos, ser solteiro, não fumante e sem filhos. Meninos também podem participar, mas a grande maioria (90%) é meninas. Além das demais exigências, os meninos precisam ter 1.000 horas de experiência com crianças na área de esporte, inglês avançado e carteira de motorista com um ano, no mínimo.

Outra dica é estudar gírias, palavras e expressões que tenham a ver com o perfil das crianças e adolescentes norte-americanos. "Tem de saber como falar babador, brincar e ler histórias. Tudo em inglês", explica Andreia. Depois de cadastrado, paga-se taxa de R$ 170 para o perfil ser mostrado às famílias interessadas. "Um escolhe o outro. É preciso que combinem em várias áreas", completa. Este processo demora até cinco meses. Tudo aceito, é hora de viajar.

 

"Recomendo a experiência"

Faz apenas dois meses que Camila Fernandes, de São Bernardo, voltou da experiência de Au Pair no Brooklyn, distrito de Nova York, nos Estados Unidos. E já está morrendo de saudades dos dois meninos - de 4 e 5 anos - de quem cuidou por dois anos. Agora só conversa com eles pela webcam. "Foi uma das melhores coisas que já fiz na vida. Superou todas as minhas expectativas. Minha família me tratava muito bem e pagava mais do que o contratado", conta. Camila reforçou o inglês e o espanhol, conheceu vários lugares, costumes e festas típicas e ainda fez estágio na sua área (Administração) em uma empresa durante as férias. "Além de ser bom para o currículo, melhorei como pessoa. Fiquei mais paciente, flexível e tolerante. Não foi fácil morar com pessoas que nunca tinha visto na vida, mas o ser humano consegue se adaptar bem." A estudante só não curtiu a falta de privacidade e a relação empregado-empregador. "Não adianta, por melhor que seja, nunca dá para se sentir totalmente em casa." De resto, aprovou a experiência, principalmente, no quesito financeiro. "Além de recuperar o investimento que fiz, ganhei grana extra. Recomendo."

 

Ansiosa pela viagem

"Já fiz o que dependia de mim. Agora é só esperar pelas famílias", conta com ansiedade Suyliane Oliveira, 19 anos, de São Bernardo, que aguarda para fazer as malas e partir para um ano de experiência. A única restrição que preencheu na extensa ficha é alergia a gatos, de resto é bastante flexível. O objetivo é aprimorar o inglês e o contato com as pessoas. "Pretendo trabalhar na área de Política de Educação, então vai ser importante para mim." Suyliane chegou ao Au Pair após ficar insatisfeita com o preço dos outros intercâmbios (chegou a cotar R$ 15 mil por três meses). "É o mais vantajoso."




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