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Sto.André aposta na lei de incentivo para não morrer
Kati Dias
Do Diário do Grande ABC
20/01/2007 | 22:58
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O basquete feminino de Santo André atravessa a mais dura crise de sua existência. Um dos mais tradicionais clubes do Brasil nem lembra, de longe, a forte equipe que faturou o título sul-americano, em dezembro de 1999, diante do Paraná Clube. Pelo segundo ano consecutivo, o time não fica entre os quatro melhores do Nacional, cujo quadrangular começou neste sábado. Esta situação já havia se repetido no Paulista de 2006, quando a equipe não disputou nem a semifinal. Saudades. É com lágrimas nos olhos que a técnica Lais Elena Aranha se lembra desses bons momentos.

A agonia do Santo André começou em 2002, quando a Arcor, a principal investidora do clube, decidiu não renovar o patrocínio. Desde então, a única mantenedora é a prefeitura, que destina cerca de R$ 300 mil por ano (cerca de R$ 25 mil por mês). O montante não é suficiente, já que sustenta o time adulto e as categorias inferiores. “Com esta verba não dá para montar uma equipe do mesmo nível de Ourinhos e São Caetano”, lamenta Lais. O Rexona, por exemplo, desembolsa cerca de R$ 4 milhões para manter as categorias de base e o time de vôlei.

A veterana comandante vê na Lei de Incentivo ao Esporte, aprovada no último dia de 2006 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como a única salvação do basquete da cidade. “Acredito que nós preenchemos todos os pré-requisitos para ser beneficiados com esta lei. Além de manter uma equipe adulta, pensamos na base, que conta com mais de 100 meninas”, explica a técnica.

As categorias inferiores do Santo André existem desde o início da década de 1970, quando ainda era mantida pela Pirelli. “Mesmo com a falta de dinheiro, nunca pensamos em abandonar o lado social. Para isso, precisamos investir no futuro. Mesmo que a maior parte não vingue como jogadoras de seleção”, diz Lais.

Vários talentos surgiram no clube, como as irmãs Marta e Leila Sobral, campeãs mundiais em 1994, e armadora Vivian, hoje no São Caetano, que esteve na Olimpíada de Atenas (2004). O Santo André também foi o clube que abrigou a ala Janeth Arcain por oito anos. A jogadora se identificou tanto com a cidade, que fixou moradia e mantém um clube que leva seu nome na região.

Parceria - Embora não conte com muito dinheiro em caixa, o time feminino de Santo André tenta segurar os seus talentos. Para tanto, firmou acordo com a Uni-A (Centro Universitário de Santo André), há quatro anos. A instituição cede 32 bolsas (20 para o Ensino Médio e dez para o Superior). “Esta é uma forma de ajudar as meninas e mantê-las aqui, perto de casa”, explicou a coordenadora das categorias inferiores, Arilza Coraça. Com isso, as meninas defendem a Uni-A em competições universitárias nacionais e internacionais.



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