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Embrião da Cetesb completa 60 anos

Comitê de Controle da Poluição da Bacia do
Tamanduateí foi instituído em Sto.André, em 1956

Fabio Martins
Do Diário do Grande ABC
03/01/2016 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


No primeiro semestre de 1956, comissão fundada no Grande ABC formatou o que, mais adiante, se tornou a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), órgão ligado ao governo paulista. A Câmara de Santo André deu aval, na ocasião, à criação de comitê municipal de Controle da Poluição das Águas da Bacia do Tamanduateí, devido às más condições do local. Idealizador do projeto, o engenheiro Antonio Pezzolo (morto em 1995), vice-prefeito à época (mais tarde foi eleito chefe do Executivo, entre 1973 a 1977), exerceu a presidência do novo órgão, pioneiro no combate à poluição, que em curto espaço de tempo teve atuação regional e serviu de modelo para entidades de fora das sete cidades.

Cortando três municípios do Grande ABC, além de São Paulo, o Tamanduateí já era considerado, na oportunidade, esgoto a céu aberto, lugar de despejo de lixo e poluentes das indústrias do entorno. O que se vê seis décadas depois é pouca evolução no tratamento ao Rio Tamanduateí nas cidades do Grande ABC.

A comissão, que substituiu conselho informal, iniciado no ano anterior, logo obteve sua sede. Os prefeitos da região se reuniram para inaugurar laboratório – usado para realizar testes de qualidade da água e outros materiais – na Rua Justino Paixão, também em território andreense. Esse primeiro equipamento começou a funcionar em galpão em frente ao que hoje é Instituto de Previdência de Santo André, nas proximidades com a Etec Júlio de Mesquita, no Centro.

Diante da situação, a proposta ganhou abrangência. A evolução dos trabalhos acrescentou exame também do ar. Mas não adicionou apenas uma letra no nome. Levou à transformação do grupo em Cicpaa (Comissão Intermunicipal de Controle da Poluição das Águas e do Ar). Já neste módulo atrelado ao Grande ABC, funcionou em laboratório de análises clínicas no bairro Fundação, em São Caetano, lançado por Anacleto Campanella, então prefeito da cidade.

As atividades do bloco regional antecederam os estudos dos órgãos do gênero na Capital – a prefeitura paulistana firmou convênio, inclusive, para fazer avaliações da poluição – no começo da década de 1970 e, por isso, houve proposta para que a gestão fosse incorporada pela Susam (Superintendência de Saneamento Ambiental), vinculada à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. Em 1975, transferidas à Cetesb. Também vice-prefeito na gestão de Pedro Dell’Antonia (1956-1959), Pezzolo chegou a atuar em cargo técnico de direção do órgão, assim como ocupou ainda posto de destaque no Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), criado em 1969, resultado do antigo DAE (Departamento de Água e Esgoto).

Professor da Universidade Metodista na área de Comunicação (Rádio e TV) e ex-colega de trabalho de Pezzolo na comissão, Antonio de Andrade até hoje tem boletins periódicos publicados à época. Ele reitera a importância da Cicpaa ao lembrar que a OMS (Organização Mundial de Saúde) formalizou contrato e aparelhou com “maquinário de ponta” o equipamento local. “Lá formavam-se técnicos encaminhados para a USP (Universidade de São Paulo), enviados aos Estados Unidos para aperfeiçoamento de estudos. Era visão avançada. Com isso, quando o Estado de São Paulo resolve entrar mais forte na questão aquela geração estava preparada”, destaca. “Assim deu origem à Cetesb. É, de fato, o embrião.” 




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