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Região tem 352
leitos de UTI

Embora quantidade atenda o que determina
Ministério da Saúde, há casos de falta de vagas

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
19/07/2015 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


Para população de 2,6 milhões de pessoas no Grande ABC, há 352 leitos SUS (Sistema Único de Saúde) de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Do total, 97 são neonatais, 35 pediátricos e 220 adultos. Embora a quantidade atenda os parâmetros do Ministério da Saúde – que determina a existência de um a três leitos de UTI para cada 10 mil habitantes, ou seja, entre 260 e 780 unidades), são constantes os casos de falta de vagas.

No mês passado, o Diário contou o drama do jovem Lucas de Sousa Santos, 20 anos, que com diagnóstico de choque séptico (infecção que pode se espalhar pelo organismo), ficou por 11 dias no setor de emergência do Pronto-Socorro Central de São Bernardo até ser transferido para UTI do Hospital de Clínicas, também na cidade, por determinação judicial. Na última semana, em Santo André, Marcelo Antônio Dias, 40, registrava quadro de infecção respiratória que o deixou entre a vida e a morte, porém, estava na enfermagem de traumatologia do CHM (Centro Hospitalar Municipal) com outros cinco pacientes, aguardando oportunidade de transferência.

O número de UTIs públicas da região envolvem leitos municipais (que somam 263, conforme mostra a tabela), estaduais e conveniados SUS, de entidades filantrópicas (essas últimas não tiveram a quantidade individualizada divulgada).

A coordenadora de planejamento de Saúde, instância ligada à Secretaria de Estado da Saúde, Silvany Lemes Cruvinel Portas, ressalta que a população dependente do SUS no Grande ABC é bem menor que na maioria dos municípios de outras regiões de São Paulo. “Temos pelos dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) que 57% dos moradores são cobertos por planos de Saúde”, diz. “Na região, 1,88 milhão tem acesso aos leitos SUS, que estão dentro do parâmetro necessário”, acrescentou.

Já o biomédico especialista em Saúde Pública e professor da Universidade Metodista Victor Hugo Bigoli vê “com bastante preocupação” o número de leitos na região. “Mesmo havendo nos últimos anos um acréscimo de vagas dessa espécie, a quantidade me parece não ser suficiente às demandas da população”, declara. “Mesmo que a OMS (Organização Mundial de Saúde) e a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) não recomendem e nem estabeleçam taxas ideais de número de leitos por habitante, é possível observar que, em relação a outros países com sistemas universais de Saúde, o Brasil aparece com um dos piores indicadores”, conclui.

A região tem 2.391 leitos gerais SUS (contando com os de UTI e excluindo os psiquiátricos). No Estado, são 50.034 leitos gerais, sendo 5.207 de UTI.

Cidades planejam ampliar, mas não há prazos

Em algumas cidades da região, há projetos de criação de mais leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), porém, nenhuma Prefeitura informou prazo.

A administração de São Bernardo disse que “o processo de implantação do Hospital de Clínicas está em curso e outros 40 leitos de terapia intensiva serão implantados.”

São Caetano destaca que teria leitos de UTI sobrando, “mas, como o atendimento é 50% de fora do município, existem projetos para criação de mais unidades.”

Em Ribeirão Pires , que não possui nenhuma vaga SUS de UTI, hospital que está em fase de construção ofertará dez leitos adulto.

Em Santo André, no projeto de reforma e ampliação do Pronto-Socorro do CHM (Centro Hospitalar Municipal) consta a criação de UTI com dez leitos adultos, porém, a Prefeitura salientou que “ainda se trata de proposta para discussão entre as esferas governamentais para aquisição de recursos.” O investimento seria de R$ 100 mil/leito.

Já em âmbito estadual, dez leitos de UTI para adultos estão em construção no Hospital Mário Covas, no município andreense. O investimento da Secretaria de Estado da Saúde é de R$ 3 milhões, que serão destinados também à modernização do setor de emergência da unidade. O término das obras está previsto para agosto.




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