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CPI da Petrobras convoca Filippi

Ex-prefeito de Diadema precisará prestar depoimentos por ter sido tesoureiro da campanha de Dilma

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
12/06/2015 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


O ex-prefeito de Diadema e atual secretário de Saúde da Capital, José de Filippi Júnior (PT), foi oficialmente convocado a prestar depoimento à CPI da Petrobras. O requerimento de convocação, apresentado pelo deputado federal Bruno Covas (PSDB-SP), foi aprovado ontem pela manhã, em reunião da comissão que analisou bloco de sugestões de oitivas, entre elas a de Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula (veja mais ao lado).

Filippi foi tesoureiro das campanhas presidenciais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2006, e da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2010, empreitadas eleitorais investigadas na Operação Lava Jato, da PF (Polícia Federal), suspeitas de terem recebido dinheiro público desviado da Petrobras. O petista nega as acusações.

No documento, Bruno Covas fez uso de depoimento de Pedro Barusco, ex-gerente de serviços da petroleira, que relata que Renato Duque (ex-diretor de serviços da estatal) pediu ao representante da empresa SBM Offshore a quantia de US$ 300 mil para reforço da campanha eleitoral de Dilma em 2010. Barusco disse que atendeu a pedido de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT e preso desde 15 de abril, mas Bruno Covas salientou que as finanças do projeto eleitoral eram de responsabilidade de Filippi. “(Filippi) Tem conhecimento de fatos pertinentes, correlatos ou conexos aos investigados por esta comissão”, argumentou Bruno Covas.

O petista de Diadema também entrou em lista da Operação Lava Jato quando advogados de defesa do presidente da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, solicitaram à Polícia Federal do Paraná a inclusão de seu nome e de outros sete políticos no processo. Além de Filippi, foram citados o ministro da Defesa, Jacques Wagner (PT), o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo (PT), e os deputados federais Arlindo Chinaglia (PT-SP), Paulinho da Força (SD-SP), Arnaldo Jardim (PPS-SP), Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) e Jutahy Magalhães (PSDB-BA). A UTC é acusada de ser favorecida com contratos irregulares e superfaturados na Petrobras.

É o primeiro nome do Grande ABC envolvido diretamente na CPI da Petrobras. Outros dois têm pedidos de convocação apresentados por deputados integrantes do bloco: o secretário de Serviços Urbanos de São Bernardo, Tarcisio Secoli (PT), e o deputado estadual Teonílio Barba (PT). Ambos têm relação com a Editora Gráfica Atitude, apontada pela PF como empresa utilizada por Vaccari para lavar dinheiro desviado da Petrobras. Os dois negam qualquer envolvimento com irregularidades. Os requerimentos ainda não foram apreciados pela comissão.

Filippi recentemente retirou seu nome do rol de candidatos do PT na eleição a prefeito de Diadema em 2016. Alegou necessidade de renovação da sigla e compromisso com o prefeito da Capital, Fernando Haddad (PT), de ficar até o fim da gestão. Nos bastidores, porém, especula-se que a decisão foi manobra eleitoral: se sair ileso da Operação Lava Jato, vem como prefeiturável mais forte para derrotar o prefeito Lauro Michels (PV), que tentará reeleição.

O petista não retornou aos contatos da equipe do Diário. Hoje, Haddad chamou Filippi para despachos internos, justamente um dia depois de sua convocação à CPI. 




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