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Comerciantes sofrem prejuízos após chuva

Rua Jurubatuba, que recebe obras do Projeto Drenar, em S.Bernardo, inunda e água atinge lojas

Vanessa de Oliveira
Nelson Donato
27/01/2015 | 07:00
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Andréa Iseki/DGABC


Diz o ditado que “depois da tempestade vem a bonança”, mas a realidade vivida ontem pelos comerciantes da Rua Jurubatuba, em São Bernardo, foi bem diferente. A forte chuva que caiu na noite de domingo e seguiu pela madrugada resultou em enchente que invadiu diversos estabelecimentos do ramo moveleiro. A situação ocorreu bem próximo às obras do Projeto Drenar, amplamente divulgado por campanha publicitária, estrelada pelo ator global Henri Castelli, como empreendimento que, depois de pronto, trará “mais conforto” para o munícipe e para a cidade, “sem os antigos problemas das enchentes.”

Em agosto, no entanto, o prefeito Luiz Marinho (PT) demonstrou não ter certeza disso ao afirmar que as providências para “amenizar e praticamente solucionar o problema de enchente” estavam sendo tomadas, mas que o fim dos alagamentos é algo que “só quem pode garantir é Deus.”

O andamento das obras do piscinão no Paço Municipal também está no ritmo de “só Deus sabe”. Além da demissão de cerca de 200 funcionários nos últimos meses por parte da Construtora OAS, uma das responsáveis pelo andamento do projeto, Marinho declarou, na semana passada, que a lentidão na execução das obras do piscinão do Paço ocorre por conta de atraso “no fluxo de pagamento” por parte do governo federal, destacando, inclusive, existência de “pendências no valor de R$ 20 milhões” que já deveriam ter sido enviados à administração municipal.

O trabalho, que precisaria estar a todo vapor, é quase inexistente no local. Na tarde de ontem, não haviam nem dez trabalhadores na obra e somente duas máquinas operavam. Enquanto isso, comerciantes da Jurubatuba passaram todo o dia contabilizando os estragos causados pelo alagamento.

A loja Sofá & Colchões foi uma das mais prejudicadas. De acordo com o gerente Ciloel Santos, 62 anos, entre móveis avariados e perda de faturamento, o prejuízo chega a R$ 500 mil. A loja ficará aproximadamente uma semana fechada para que a limpeza e a troca de produtos seja efetuada. Ansiando por saber quando os comerciantes poderão ver a eficiência da obra, ele lamenta a falta de informações sobre o avanço das intervenções. “Não sabemos o que acontece, seria importante termos informações.”

A segunda fase do projeto na via deve começar apenas em 2016. “Em reunião que aconteceu em dezembro com a Prefeitura, foi falado que a obra terá início em janeiro do ano que vem, porque tem que passar o projeto para o Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal. Disseram ainda que será feito por método não destrutivo, então, a princípio, não vai fechar a rua”, contou o integrante da comissão de lojistas Valmir Gabinelli, 52.

Procurada para comentar sobre as enchentes que atingiram a Rua Jurubatuba e o andamento das obras do Projeto Drenar no entorno, a administração municipal não retornou até o fechamento desta edição.
 




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