"Pelo que ficou acertado, o Brasil vai reassentar as famílias em Estados onde há condições para isso. Por isso, vamos iniciar uma pesquisa estudando, entre outras coisas, o mercado de trabalho", disse a funcionária.
O acordo tem por objetivo permitir a instalação de famílias que sofram perseguição religiosa, política ou étnica. Inicialmente, o Brasil deve receber 30 famílias da comunidade Baha'i que vivem no Irã, onde a seita não é reconhecida constitucionalmente.
Com relação aos países africanos, a secretária disse que foram identificadas as áreas mais graves, mas ainda estão negociando.
"Os lugares de maior conflito são o Sudão e Serra Leoa. O acordo nesse sentido ainda não foi concluído, mas também estamos estudando essa possibilidade", disse Sussekind.
"Este é um projeto sobretudo humanitário. As primeiras 30 famílias servirão como experiência, para que depois possamos receber mais pessoas", disse a secretária.
O Brasil abriga atualmente cerca de 2.300 refugiados políticos, fundamentalmente de países africanos (80% do total). Desse total, a maioria vem de Angola (57%) e o restante da Libéria e de Serra Leoa. Cerca de 70% dos refugiados se concentram no Rio de Janeiro.
Sussekind recebeu esta segunda-feira em audiência o jovem Gofu Félix Corleoma, 17 anos. Corleoma, nascido em Serra Leoa, viajava clandestinamente, junto com três amigos, quando foram descobertos e lançados ao mar perto da costa de Natal (RN), no dia 31 de dezembro.
Apesar da idade, Corleoma deverá receber asilo político no Brasil, já que sua situação é comprovadamente a de um perseguido.
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