Política Titulo Situação e oposição
Tributo a Manente vira novela em São Bernardo

Marinho prometeu há 4 anos colocar nome de vereador em rua na cidade e nada ainda foi feito

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
19/01/2015 | 07:00
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Divulgação


A proposta do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), de colocar o nome do vereador Otávio Manente (PPS), morto em 2011, em novo trecho da marginal do Ribeirão dos Couros, via que ligará a Avenida Robert Kennedy à Avenida São Paulo, no bairro Jordanópolis, se transforma em novela. Passados quase quatro anos, a promessa firmada por Marinho ao deputado federal eleito Alex Manente (PPS), filho de Manente, segue pouco conhecida no município e com prazo de conclusão indefinido. A Prefeitura informou que a obra atualmente está parada, por conta de processo de desapropriação de imóveis próximos ao canteiro, em área pertencente a Diadema.

Nas proximidades, o serviço destacado e que está ativo é o da construção do corredor Leste-Oeste, uma das 12 vias de ônibus propostos pelo chefe do Executivo. O trecho sairá da divisa com Diadema, pela Estrada Samuel Aizemberg, passando pela Avenida José Odorizzi, Viaduto Tereza Delta, avenidas Francisco Prestes Maia e Tiradentes, chegando à Praça dos Bombeiros, no Jardim Irajá. A obra foi iniciada em julho e tem prazo de 18 meses para ser finalizada. O orçamento é de R$ 209 milhões e conta com recursos federais.

A falta de informações a respeito da homenagem a Otávio Manente é vista também no PPS, que entendia que o tributo ao parlamentar ocorreria no canteiro do corredor viário. Mesmo assim, o presidente municipal da sigla, o vereador Julinho Fuzari, manifestou repúdio ao andamento da reverência compromissada por Marinho. “Quando foi anunciado que o Otávio teria reconhecimento na cidade, ficamos contentes, tendo em vista o seu legado de contribuições. Entretanto, o que vemos agora é uma situação de descaso, de falta de compromisso. Demais canteiros do município enfrentam também muitos problemas com prazos”, reclamou o vereador oposicionista.

O popular-socialista entoou ainda mais ataques à administração petista, lembrando o trabalho exercido por Manente à frente da Secretaria de Obras entre 2001 e 2008, nas gestões de Mauricio Soares (PT, na época no PSDB) e de William Dib (à ocasião no PSB e atualmente no PSDB). “A maior falta de respeito está aí. O Otávio deixou honroso legado no município, sendo um dos responsáveis a impulsionar importantes ações, principalmente em bairros periféricos. Uma pessoa que tanto contribuiu merecia homenagem grandiosa”, adicionou.

Como medida, Julinho admitiu que o protesto é a sua única ferramenta. “Não dá para fazer muita coisa, muito porque eu não consigo nem aprovação de requerimentos de questionamentos na Câmara para ter ciência dos andamentos das obras. A oposição está oprimida, pois só temos oito votos e o regimento da Casa determina ao menos nove adesões (para aprovação de contestações). Os parlamentares governistas muitas vezes não enxergam a importância de esclarecimentos.”

Vereador em três mandatos na cidade, Otávio Manente morreu em 6 de abril de 2011, aos 55 anos, em decorrências de complicações de um câncer no pulmão.

Procurado, Alex Manente não foi localizado para comentar o assunto.




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