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Grana quebra a cabeça para ‘acomodar’ Siraque

Sem alcançar à reeleição, deputado federal deve ganhar cargo em Brasília e seu grupo tende a obter posto em Sto.André

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
03/11/2014 | 07:47
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Montagem/DGABC


O prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), quebra a cabeça na tentativa de acomodar o deputado federal Vanderlei Siraque (PT), derrotado no pleito do dia 5 ao não conseguir a reeleição. Parte do ônus sobre o revés eleitoral do parlamentar caiu em cima do governo. O Paço colocava o petista na composição de dobrada oficial única, ao lado de Luiz Turno, eleito deputado estadual. O chefe do Executivo articula cargo para o correligionário em Brasília, possibilidade reforçada com a vitória da presidente Dilma Rousseff (PT).

A interlocução está sendo negociada para se efetivar no início de 2015, quando encerra a legislatura parlamentar, o primeiro mandato de Siraque no Congresso Nacional. Nos bastidores, há conversa também para que o grupo do deputado assuma espaço no Paço de Santo André, visando amenizar clima de instabilidade no PT. Especula-se, inclusive, que a mulher do petista, a vereadora Bete Tonobohn Siraque (PT), ligada à Educação, seja alçada para o primeiro escalão da administração municipal.

Grana negou que haja ‘ponte construída’ para o caminho futuro de Siraque. Segundo o prefeito, o debate interno será feito no PT, conduzido por Turco, presidente do diretório andreense, e ainda não foi iniciado. “Nós discutiremos em breve dentro do partido. O cenário (político) merece avaliação, que não dependeu apenas do que aconteceu na cidade. Eleição teve forte caráter nacional. Faremos essas tratativas, mas qualquer decisão neste momento é considerada precipitada. Todo o resto (de conjuntura) é só especulação.”

O petista não descartou, contudo, trocas no secretariado. Modificações devem se concretizar no começo do ano que vem. Por outro lado, Grana minimizou a situação ao rechaçar pré-disposição para ampla reforma no Paço. “Não haverá grandes mudanças. Hoje, posso garantir que é pouco provável. Não existe ambiente e nem vejo necessidade para isso. O que podemos fazer são alguns ajustes pontuais. Isso sim é possível”, disse, ao concluir que a cúpula do governo se reunirá para executar balanço de ações e metas para “composições futuras”.

ALIADO
Antes do processo eleitoral, Grana mencionou que revés do aliado Siraque seria encarado como fracasso do governo andreense. Apesar do apoio do prefeito, o parlamentar não teve a prometida adesão de integrantes do Paço e do PT, sinalizada antes da campanha. O petista obteve 53,2 mil votos na totalidade, saldo insuficiente para renovar o mandato em Brasília. O que pesou para o desempenho abaixo do esperado foi a votação no município: 31 mil sufrágios. Há quatro anos, ele obteve 93 mil votos no geral, sendo 66,5 mil sufrágios em território andreense.

Essa é a terceira derrota consecutiva de Siraque nas urnas. Em 2008, sofreu revés na disputa a prefeito. Em 2010, ficou como primeiro suplente. Foi içado à Câmara Federal após mexidas nos ministérios de Dilma. Na eleição de 2012, ele ficou de fora da concorrência e consolidou o caminho para a candidatura de Grana à Prefeitura por consenso. Para tomar a decisão de unidade, o acordo político era ter o suporte dos principais caciques da legenda no pleito de 2014.

Siraque não retornou o contatos da equipe do Diário.




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