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Fábrica da Todeschini será instalada no RS
Do Diário do Grande ABC
24/12/1999 | 11:11
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Depois de passar o ano lutando contra a guerra fiscal e que lhe custou o ônus da perda da montadora Ford para a Bahia, o governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT), deu o troco no governador baiano César Borges (PFL) e conseguiu manter no Rio Grande do Sul a maior fábrica de móveis de cozinha da América Latina, a Todeschini.

Esta tinha proposta ``irrecusável' para se transferir para a Bahia, mas acertou com as autoridades gaúchas na questao de incentivos fiscais.

Os valores, acertados com o secretário de Desenvolvimento, Zeca Moraes, mas ainda nao divulgados por dependerem da aprovaçao do conselho do Fundopem, permitirao a construçao de uma nova fábrica da empresa, de 80 mil m2, com emprego direto de 200 pessoas, investimentos de R$ 20 milhoes e conclusao em 2.001.

A nova unidade substituirá, progressivamente, a matriz, localizada no centro de Bento Gonçalves e cuja produçao de 6.500 móveis por dia permitirá um faturamento de R$ 110 milhoes até o fim deste ano.

Segundo o presidente da empresa, José Eugênio Farina, os incentivos fiscais do governo gaúcho foram muito importantes, mas nao foram decisivos para a permanência da Todeschini no Sul.

Pesaram muito para a permanência no estado, afirmou, a existência da Todeschini há 60 anos no RS, a qualidade da mao-de-obra e a vinculaçao afetiva do empresário com seus empregados.

Embora nao assumida publicamente, a permanência da Todeschini no estado era uma espécie de questao de honra para o governo petista, agastado com o governo baiano. Secretários de governo daquele estado vieram no fim do ano passado, antes mesmo da posse de Olívio Dutra, para convidar empresários gaúchos a se transferirem para a Bahia.

A visita e convites reiterados provocaram um bate-boca entre o vice-governador gaúcho, Miguel Rossetto (PT), e o governador baiano, César Borges (PFL). No início de março, Olívio exigiu a renegociaçao dos contratos com as montadoras que iam se instalar no estado, Ford e GM, enquanto o governo baiano publicava polêmico anúncio convidando as empresas a se transferirem para a Bahia, motivo de outra troca de críticas de autoridades dos dois estados.

Ao fim da briga, a GM ficou, mas a Ford se transferiu para a Bahia, favorecida pelo governo federal na revitalizaçao do programa de incentivos fiscais no regime automotivo para o Nordeste. O caso provocou até uma CPI promovida pelas oposiçoes gaúchas na Assembléia, que propôs ao Ministério Público açao de responsabilidade contra Olívio e contra a Ford, de quem pretendem cobrar os prejuízos.




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