O setor de máquinas e equipamentos aguardava ansiosamente por medidas governamentais que amenizariam o impacto da crise no setor, que de janeiro a maio encolheu seu faturamento em 26%. Entretanto, nem todas as suas solicitações foram acatadas.
Da lista de 500 itens que faltavam para que o setor fosse totalmente isento do pagamento de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), apenas 70 foram beneficiados. "Alguns produtos, como bombas, têm a mesma nomenclatura, porém executam diferentes funções, como a utilizada em piscinas e as da Petrobras. Se fossem desoneradas, acabaria beneficiando a das piscinas também, e não somente a que significa investimento", explicou Fernando Bueno, vice-presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos).
Entre os itens desonerados, encontram-se válvulas industriais, árvores de transmissão, partes de aerogeradores, microscópios eletrônicos, hastes de bombeamento e congeladores industriais.
Já o pleito para que houvesse a antecipação dos créditos de PIS e Cofins, que são devolvidos em 48 meses, não foi aceito. O Estado de São Paulo estabeleceu que até o final do ano alguns bens de capital terão o valor pago pelo ICMS devolvido agora, e não em quatro anos. "Vamos inclusive conversar com o governador para que ele amplie a lista dos itens beneficiados", contou Bueno.
Segundo Bueno, a ideia não é que o governo federal renuncie o ganho com impostos. "Sairia muito mais barato e garantiria capital de giro, assim mantendo os empregos". Cálculos da Abimaq indicariam uma queda menor do setor, para 15% até o final do ano.
Por outro lado, foi anunciada ontem uma linha de financiamento para o segmento pelo BNDES. Os juros por um período de 10 anos caíram de 11% para 5,5% ao ano. "Essa medida nos surpreendeu, mas ainda não é possível mensurar os ganhos porque dependemos da intermediação dos bancos para conceder o crédito", afirmou.
Para Thomas Lee, presidente da Abimei (Associação Brasileira dos Importadores de Máq. e Equipam. Industriais), as máquinas importadas pegam carona na decisão, pois, embora o financiamento não seja válido para o setor, geralmente as máquinas trabalham se complementando, e podem ter vendas aquecidas. "A linha de crédito será positiva também para que os falsificantes de máquinas, que compram lá fora e dizem que é nacional,sejam identificados", defendeu.
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