Economia Titulo Crise
Países do G-20 buscam soluções para a crise
Por Adriana Mompean
Do Diário do Grande ABC
30/03/2009 | 07:00
Compartilhar notícia


Com o objetivo de buscar soluções conjuntas para a crise financeira, os dirigentes do G-20, grupo dos países mais industrializados e de economias emergentes, se reunirão na quinta-feira em Londres. O principal desafio será obter consenso sobre quais serão as melhores ações coletivas a serem aplicadas para evitar a recessão mundial.

De um lado estão Estados Unidos e Grã-Bretanha, que defendem mais gastos públicos para enfrentar a estagnação econômica. Do outro está a União Européia que possui posição mais conservadora e prefere apostar em reformas do sistema financeiro.

"Acredito que o impasse irá prosseguir, com opiniões divididas. O único consenso deverá ser o combate ao protecionismo, sem ações coletivas de expansão de gastos como querem os norte-americanos e britânicos", analisa Fernando Padovani, professor de Relações Internacionais da ESPM-RJ.

De acordo com o especialista, um êxito da reunião do G-20 será fundamental para o primeiro-ministro britânico Gordon Brown, anfitrião do encontro. "O desemprego ultrapassou a marca de 2 milhões na Grã-Bretanha. O premiê está sob pressão da oposição conservadora e até de setores de seu governo. É essencial que Gordon Brown coordene um evento que o caracterize como um líder mundial", afirma.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também estará sob os holofotes. Além de ser sua primeira participação em um cúpula mundial, a reunião do G-20 também pode consolidar sua liderança no cenário político e econômico mundial.

Brasil - Destaque entre os emergentes, o Brasil constitui uma variante de peso dentro do encontro do G-20. Segundo Fernando Padovani, o País é considerado o mais moderado dos BRICs (grupo dos principais países emergentes do mundo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China).

E sua importância também pode ser avaliada pela passagem de Gordon Brown pelo País, na última semana, quando o premiê britânico discutiu propostas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e revelou apoio a uma candidatura brasileira para uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

"O Brasil está sendo seduzido, o país pode barganhar. Acredito que o governo irá ser bem pragmático e não vai pender para nenhum lado. Tentará tirar o máximo de proveito da cúpula", afirma Padovani.

O presidente Lula já declarou que pedirá que os países do G-20 apoiem uma expansão global do financiamento do comércio exterior, o restabelecimento do crédito e regras mais rígidas para as instituições financeiras. Em encontro com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, Lula declarou que a crise para os sul-americanos deve ser vista como "uma oportunidade de acelerar o ritmo da integração financeira e energética e fortalecer a cooperação em políticas sociais".




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;