Economia Titulo Kombi
Karmann Ghia negocia com
sindicato para evitar cortes

Cerca de 100 funcionários da empresa faziam
peças para linha da Kombi, que foi desativada

Leone Farias
do Diário do Grande ABC
11/02/2014 | 07:07
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Andréa Iseki/DGABC


O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC negocia com a Karmann Ghia uma alternativa para manter os empregos de cerca de 100 funcionários da empresa, que até dezembro faziam peças para as linhas de montagem da Kombi e do Gol G4, da Volkswagen.

A companhia, que faz estampados para as montadoras, conta atualmente com quadro de mais de 500 empregados. Mas, com o fim da produção da perua e também do modelo popular da Volks, ficou com excedente de trabalhadores. Segundo o presidente do sindicato, Rafael Marques, o objetivo das negociações é preservar os postos de trabalho e, um dos caminhos para isso ocorrer, é buscar novos contratos de encomendas para a companhia. “A premissa básica é não demitir. Acreditamos que há a possibilidade de gerar negócios”, diz.

Em relação às conversas com a indústria de autopeça, Marques cita ainda que a intenção é conquistar algo semelhante ao acordo firmado em 2012 com outra empresa do ramo, a Rassini-NHK, de São Bernardo. Neste caso, houve acerto para que parte dos trabalhadores ficasse afastada por cinco meses em licença remunerada e, com o aumento dos pedidos, estes puderam ser reintegrados ao chão de fábrica.

O excedente de trabalhadores na Karmann Ghia ocorreu por causa da regra do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) que exigiu que, a partir de 2014, todos os carros saiam de fábrica com air bag e freios ABS.

Por causa da dificuldade técnica de fabricação da Kombi com o air bag e também da elevação de custos para adequar o G4 – o que inviabilizaria economicamente a manutenção das vendas sem aumento de preços –, a montadora descontinuou os modelos.

O sindicato tentou, ao longo do ano passado, negociar com o governo a continuidade da fabricação da Kombi por mais dois anos, porém as conversas fracassaram. O objetivo era tentar manter os empregos de cerca de 1.000 funcionários da Volkswagen e de outros 3.000 de autopeças. A ideia era ganhar tempo para se buscar projeto substituto para a unidade Anchieta, em São Bernardo.

Segundo a entidade, a montadora está realocando os funcionários que atuavam na linha da perua em São Bernardo para as linhas do Polo, Saveiro e Gol.


Setor automotivo
Programa vai oferecer cursos gratuitos de qualificação
Agência de Desenvolvimento do Grande ABC assina hoje parceria com ministério

A oportunidade de capacitar gratuitamente profissionais do ramo industrial, principalmente os que trabalham na cadeia automotiva ou que desejam ingressar no segmento: isso é o que vai propiciar acordo de cooperação técnica que será firmado hoje entre a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC e o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) para o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) Brasil Maior.

O programa tem como objetivo ampliar a oferta de cursos gratuitos e fazer a aproximação entre a necessidade das empresas e o que escolas como o Senai dispõem hoje em termos de formação. As aulas (carga mínima de 160 e máxima de 400 horas) serão ofertadas a partir do mapeamento das demandas do setor empresarial e do encaminhamento ao MDIC, que serão feitos via agência.

O presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, Rafael Marques, que também preside o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, cita que, no País inteiro, o governo está alocando para o programa R$ 1 bilhão para qualificar 1 milhão de trabalhadores. Na região, a meta da entidade é que os cursos atinjam 40 mil trabalhadores.

ENCADEAMENTO - Além do Pronatec, Marques assina hoje com o MDIC convênio para outro programa: o Projeto de Encadeamento Produtivo da Cadeia Automotiva, que terá a Arteb como empresa âncora e que deve beneficiar 25 pequenas empresas fornecedoras dessa sistemista (fabricante de sistemas automotivos).

Com repasse de R$ 1,2 milhão para qualificar essas companhias, o projeto visa aumentar a capacidade produtiva, a competitividade, a cultura de inovação e o crescimento industrial e tecnológico, por exemplo, por meio de consultorias, que serão oferecidas pelo Sebrae.
 




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