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Curso de Medicina está
entre as metas da UFABC

Universidade federal divulgou na última terça
um plano de ação para os próximos 10 anos

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
21/08/2013 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


A estruturação de bacharelado na área de Ciências da Vida, que pode incluir curso de Medicina, está entre as metas traçadas pela UFABC (Universidade Federal do ABC) para serem implementadas até 2022. A proposta integra o PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional), documento que serve como ferramenta de planejamento, monitoramento e avaliação das instituições de Ensino Superior do País.

Conforme explica o vice-reitor da UFABC, Gustavo Dalpian, as metas projetadas levam em conta a busca por excelência. “A ideia do curso de Ciência da Vida ou Ciência da Saúde (a nomenclatura ainda não foi definida) ainda está cru. O projeto precisa ser amadurecido e discutido internamente”, observa.

O Grande ABC tem apenas um curso de Medicina, mantido pela a FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), em Santo André. São cerca de 100 médicos formados por ano. A Fundação tem planos de abrir turmas, desta vez em São Bernardo já em 2014.

O PDI inclui também a criação de bacharelado na área de Artes e Tecnologia. Neste caso, as discussões estão mais avançadas. “Temos um grupo que está discutindo o projeto pedagógico. A ideia é formar profissionais, como designers gráficos, por exemplo”, destaca Dalpian.

Considerando o tempo necessário para que o bacharelado esteja com projeto pedagógico pronto e seja aprovado pelo MEC (Ministério da Educação), o vice-reitor observa que o curso pode ser implementado no campus que será construído em Mauá. A expectativa é de que o espaço comece a ser erguido em 2016.

A UFABC espera ampliar em 150% o número de estudantes matriculados até 2022 na soma entre discentes da graduação e pós-graduação nos campi de Santo André e São Bernardo. Atualmente, são cerca de 10 mil alunos e a meta é chegar a 25 mil.

PESQUISA

A terceira edição da Pesquisa Censo e Opinião Discente UFABC, apresentada ontem, mostra que houve manutenção do número de estudantes oriundos da região metropolitana do Estado. Eles continuam sendo a maioria entre os alunos – 78,21%. Com a adesão ao SiSU (Sistema de Seleção Unificada) que usa o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) como único meio de ingresso em vez do vestibular, esperava-se aumento no percentual de estudantes vindos do interior do Estado. No entanto, 33,1% dos alunos da UFABC são do Grande ABC e 37,8% da Capital.

O questionário foi respondido por 3.644 estudantes da graduação, o equivalente a 60% dos alunos da universidade no terceiro e quarto quadrimestre do ano passado.

“Apesar de ser uma universidade jovem – tem sete anos –, já estamos colhendo resultados positivos, como boas notas em avaliações do MEC e a segunda colocação entre as federais no IGC (Índice Geral de Cursos)”, destaca o vice-reitor.

Campus Santo André fica pronto em 2015

Outra meta traçada pela UFABC é a conclusão do projeto inicial do campus Santo André até 2015. De acordo com o vice-reitor Gustavo Dalpian, as obras estão 80% concluídas, restando apenas a conclusão dos blocos C e E, que correspondem aos centros cultural e esportivo, respectivamente.

“Apesar de não ter concluído o projeto original, já iniciamos a expansão do campus com a construção de mais laboratórios e projeto para instalação de prédio anexo, localizado do outro lado da Avenida do Estado”, destaca o vice-reitor Gustavo Dalpian.

O Bloco E começou a ser construído em novembro de 2012. O complexo esportivo de 10,3 mil m² contará com ginásio poliesportivo, piscina semiolímpica e quadras, além de vestiários e estacionamento coberto.

Já o projeto do bloco cultural terá biblioteca, livraria, salas de estudo e leitura, teatro/auditório para 584 lugares e três salas de cinema. A expectativa é de que o espaço seja aproveitado pela comunidade de fora do centro acadêmico. “Teremos infraestrutura para trazer grandes apresentações e potencializar a intervenção com a população do entorno”, observa a coordenadora geral de planejamento da UFABC, Alda Maria Napolitano Sanchez.

Alunos cotistas correspondem a 41,16% do total de matriculados

De acordo com o levantamento, o número de estudantes cotistas matriculados na UFABC teve ligeiro aumento de 3% em relação a 2011, chegando a 41,16% dos alunos. “Estamos nos aproximando do ideal, que seria ter 50% de discentes cotistas. No entanto, o preenchimento das vagas ofertadas não depende da universidade”, observa o vice-reitor, Gustavo Dalpian.

Em relação ao desempenho acadêmico dos estudantes, medido pelo CR (Coeficiente de Rendimento) que varia de zero a 4, o êxito médio continua a ser considerado satisfatório – 2,05. Na universidade, para que os alunos tenham acesso a bolsas de incentivo, é preciso obter CR a partir de 2. O número voltou ao mesmo patamar de 2010 – 2,07.

Por outro lado, quando analisado separadamente, o rendimento dos alunos cotistas continua sendo abaixo da média – 1,97. Houve leve queda em relação aos anos anteriores, quando o índice era 2. “Demora um tempo até que o discente cotista consiga acompanhar o desempenho dos não cotistas”, justifica Dalpian.

Apesar de os cotistas apresentarem maior dificuldade em relação ao desempenho escolar, a maior parte dos discentes que efetuaram trancamento de matrícula em 2012 não se encaixava em nenhum tipo de cota – 58,8%. Entre os cotistas, 41,2% trancaram a matrícula. Em ambos os casos, a dificuldade acadêmica foi o principal motivo apontado.  




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