"Qorei ainda não terminou de todo a formação de seu gabinete e poderá esperar até a tarde da quinta-feira para apresentá-lo ao Congresso Legislativo Palestino (CLP, Parlamento)", declarou aos jornalistas Nabil Abu Rudeina, principal assessor do presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat.

Arafat, a quem Israel e os Estados Unidos boicotam e consideram "fora de jogo", parece, ao contrário, ter uma influência preponderante no gabinete que está sendo formado. Segundo a rádio estatal, que cita fontes políticas israelenses, "70% dos membros desse gabinete são subordinados diretamente a Arafat".

O Fatah, principal movimento palestino, dirigido por Arafat, aprovou no sábado a composição do gabinete de Qorei (Abu Ala), que possui 24 membros. A pasta chave do Interior foi atribuída ao general Nasser Yussef. O atual ministro delegado para Assuntos de Segurança, Mohamed Dahlan, não estará no novo governo, nem sua pasta.

Qorei, 66 anos, prometeu "preservar a união nacional" e aplicar "os compromissos" assumidos no processo de paz. Também propôs uma trégua com Israel, que foi rejeitada pelo gabinete do primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon.

Apoiado pelos Estados Unidos, Sharon exige o "desmantelamento das infra-estruturas terroristas" por parte da Autoridade Palestina e o isolamento de Arafat.

Bloqueio - O exército israelense suspendeu nesta segunda-feira de manhã o cerco imposto desde a última sexta-feira aos territórios de Judéia Samaria (Cisjordânia) e Gaza. Tal medida foi adotada para impedir a infiltração de ativistas palestinos em Israel durante a celebração do ano novo judaico, entre a noite de sexta e a noite do domingo.

Antes da suspensão, ainda pela manhã, o exército israelense prendeu, na Cisjordânia, oito palestinos, segundo uma fonte militar.