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Sete mil cientistas se reúnem no maior congresso europeu de Física
Da AFP
04/03/2005 | 18:09
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Cerca de sete mil cientistas se reuniram, nesta sexta-feira, em frente à porta da Universidade Técnica de Berlim para o início de uma série de eventos previstos durante o Congresso Europeu de Física, que será realizado este ano sob o lema 'A Física desde Einstein'.

Quase sete mil cientistas de 40 países participam deste mega-evento, onde durante seis dias serão realizadas centenas de conferências, encontros de especialistas e simpósios.

Os temas abarcam todas as áreas da física moderna: das pesquisas sobre dimensões infinitas do Universo, passado pelos buracos negros e Marte, até as partículas subatômicas, mas também questões de atualidade mundial como o controle armamentista e o terrorismo nuclear.

O congresso se dirige, sobretudo, às novas gerações de pesquisadores científicos, nas palavras do presidente da Sociedade Alemã de Física, Knut Urban, no ato de inauguração. Também ao alemão Albert Einstein, cuja formulação da teoria da relatividade completa cem anos, fez suas principais descobertas científicas como jovem pesquisador, evocou o acadêmico.

No início do século XX, Einstein e o físico alemão Max Planck eram membros da Sociedade Alemã de Física, que realiza o maior congresso de sua história, desde a sua fundação, há 160 anos. "Einstein começou a construir caminhos que chegam até os dias de hoje", acrescentou o acadêmico. Mas seria pouco perspicaz pensar que da investigação básica possam surtir efeitos imediatos sobre o mercado de trabalho, destacou Urban.

O catedrático afirmou que a pesquisa científica na Alemanha carece atualmente de apoio financeiro e de reconhecimento, advertindo os poderes públicos que não é tarefa da ciência assegurar postos de trabalho. "Nada disto pode ser conseguido essencialmente da ciência", porque "constantemente há inovações que desbancam avanços anteriores", acrescentou o presidente da Sociedade Alemã de Física.

O reitor da Universidade Humboldt de Berlim, Juergen Mlynek, advertiu por sua vez, com grande preocupação para a deterioração que está ocorrendo nas faculdades, devido aos cortes orçamentários. "A universidade continua sendo o lugar central onde se criam e compartilham conhecimentos", destacou o acadêmico.

O congresso oferece também um "festival de física" para os leigos no tema, com dissertações públicas sobre assuntos como a teoria da relatividade ou o funcionamento das células dos seres vivos.

Na próxima segunda-feira, 7 de março, o prêmio Nobel de física (1985) Klaus von Klitzing falará sobre a teoria quântica de Einstein. Klitzing obteve o prêmio Nobel pela descoberta do efeito do eco na mecânica quântica, com os elétrons submetidos a um campo magnético, de grande importância para o desenvolvimento da eletrônica e os semicondutores.




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