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Começa a peregrinação dos mulçumanos a Meca
Por Da AFP
28/12/2006 | 14:32
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Cerca de dois milhões de muçulmanos convergiram nesta quinta-feira para Mina, um vale próximo a Meca, no primeiro dia da peregrinação anual aos lugares santos do Islã e sob um forte esquema de segurança instalado pela polícia saudita.

De pé ou de ônibus, uma multidão de fiéis pegou a estrada de Mina ao amanhecer, percorrendo o mesmo trajeto que o profeta Maomé há 1,4 mil anos.

Engarrafamentos gigantescos paralisavam a circulação nos cerca de 5 km que separam Meca de Mina. Os fiéis passarão em Mina um dia dedicado a orações.

Repetindo em coro "aqui estou, Alá, aqui estou, respondendo a teu chamado", os fiéis circulavam por caminhos e túneis planejados pelas autoridades sauditas para facilitar seu deslocamento.

"Tudo está transcorrendo como previsto", disse o porta-voz do ministério do Interior, o general Mansur al-Turki.

O número exato de peregrinos somente será conhecido sexta-feira, o dia principal do Hadj, quando os fiéis se reunirão no topo do monte Arafat para passar o dia rezando, destacou o oficial.

Mais de 1,6 milhão de peregrinos estrangeiros chegaram à Arábia Saudita, onde se juntaram aos locais e aos residentes estrangeiros para formar um total estimado em pelo menos dois milhões de pessoas.

Segurança – Milhares de policiais foram postados à beira das estradas da peregrinação, que já registrou graves incidentes no passado.

Cerca de 350 pessoas morreram em um gigantesco empurra-empurra no último Hadj, em janeiro de 2006, durante o apedrejamento de colunas simbolizando Satã, em Mina.

Mina também foi o palco do incidente mais mortífero já registrado durante um Hadj, em julho de 1990, quando 1.426 peregrinos morreram asfixiados dentro de um túnel, devido a uma pane do sistema de ventilação.

As autoridades sauditas, que enfrentam desde maio de 2003 uma onda de violência atribuída a extremistas da Al-Qaeda, prometeram atuar "com a maior firmeza" contra qualquer ameaça à segurança da peregrinação.

Esta advertência foi emitida num momento em que diversas pessoas expressaram seus temores de que os confrontos sangrentos entre xiitas e sunitas iraquianos acabem contagiando a Arábia Saudita e o Irã, onde predominam, respectivamente, os sunitas e os xiitas.

Dezenas de milhares de iranianos e de iraquianos estão entre os fiéis estrangeiros.

Desde a Revolução Islâmica no Irã, em 1979, os peregrinos iranianos se manifestam contra Israel e os Estados Unidos durante a peregrinação em Meca.

Em julho de 1987, a manifestação provocou um enfrentamento sangrento com a polícia saudita que deixou 402 mortos, sendo 275 iranianos, de acordo com um balanço oficial saudita.

Depois de Mina, os fiéis se dirigirão, sexta-feira ao amanhecer, ao monte Arafat, onde passarão o dia rezando e implorando o perdão de Deus.

Eles voltarão em seguida a Mina para sacrificar um animal - geralmente um carneiro - para marcar o Aid Al-Adha, a festa do sacrifício (que recorda o de Abraham), sábado. Depois, os fiéis passarão mais dois dias em Mina para o ritual do apedrejamento das estelas.

A peregrinação a Meca é um dos cinco pilares do Islã que cada muçulmano é obrigado a realizar uma vez, se tiver a possibilidade de fazê-lo.




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