Os atentados atribuídos aos extremistas islamitas deixaram este ano um número sem precedentes de vítimas na história do Paquistão, com 667 mortos e mais de dois mil feridos até o momento, anunciou nesta terça-feira o porta-voz do Ministério do Interior, general Javed Cheema.

Este balanço foi anunciado no quarto dia do estado de exceção decretado pelo presidente Pervez Musharraf. O chefe de Estado mencionou precisamente a necessidade de lutar contra os extremistas islamitas vinculados à Al Qaeda, que nos últimos tempos cometeram inúmeros atentados em todo o país.

No entanto, a oposição e vários islamitas acham que se trata de um pretexto para o general Musharraf, que enfrenta protestos sem precedentes desde que assumiu a direção do Paquistão com um golpe de Estado sem violência há oito anos, para se garantir no poder.

Dos ataques registrados, 43 foram atentados suicidas, outro recorde em 60 anos de existência do Paquistão, de um total de 157 ataques "terroristas", segundo o porta-voz.

O número desses ataques aumentou consideravelmente depois do cerco e posterior ataque, nos dias 10 e 11 de julho, contra a Mesquita Vermelha de Islamabad, um refúgio de islamitas vinculados aos talibãs e à Al Qaeda, em pleno centro da cidade.

Desde então, os fundamentalistas paquistaneses e a Al Qaeda juraram vingar a morte de uma centena de seus companheiros mortos no assalto.

O ataque mais mortífero custou a vida de 139 pessoas em 18 de outubro, quando dois camicases explodiram suas bombas ante o caminhão blindado em que a ex-primeira-ministra Benazir Bhutto abria um gigantesco desfile em Karachi para celebrar sua volta depois de oito anos de exílio voluntário.