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A mobilidade em 2013

A mobilidade urbana se transformou em um dos grandes problemas...

Cristina Baddini
18/01/2013 | 00:00
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A mobilidade urbana se transformou em um dos grandes problemas a serem enfrentados pelos novos governos que assumiram neste ano. A injustiça social nos deslocamentos urbanos levou o Brasil a ter uma mobilidade da exclusão e insustentável financeira e ambientalmente, tratando o transporte público como mercadoria. Hoje, 60 milhões de viagens são realizadas diariamente por transporte público urbano no Brasil e o setor de transportes precisa passar por uma grande transformação, pois nos próximos anos, o Brasil abrigará a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos e o transporte urbano precisará ainda passar por avanços para atender à demanda exigida. Para isso, algumas obras já estão em fase de implantação. Espero que esses recursos sejam aplicados com controle social, garantam acessibilidade universal para transformar a ‘rua dos carros' em ‘rua das pessoas' e venham acompanhados do barateamento das tarifas em todo território nacional.

Enfim, a grande luta deve ser por uma cidade equânime e da diversidade, onde os benefícios do desenvolvimento urbano sejam democraticamente distribuídos e os ônus minimizados para todos e todas. A solução, infelizmente, não é simples nem imediata, muito menos barata, e depende de ações coordenadas e integradas de vários setores do governo, da sociedade e da indústria. 

A ideia que proponho aos vários níveis de governos é repensar a mobilidade em 2013 e atentar principalmente aos seguintes itens:

- Transformar os estacionamentos na via pública em aumentos de calçadas, ciclovias e faixas exclusivas de ônibus;

- Utilizar faixas de vias, hoje dos automóveis, para implantarem corredores exclusivos de ônibus e que esses sejam fiscalizados diariamente;

- Assumir um compromisso público de que o dinheiro recolhido das multas de trânsito seja aplicado na fiscalização, Educação, reforma de calçadas, ciclovias e qualificação e implantação de novos corredores de ônibus, metrôs, ferrovias, bondes modernos, e que, todo ano, a prefeitura, o governo do Estado e o governo federal prestem contas públicas de como aplicaram esse dinheiro;

- Criar calçadas públicas acessíveis a pessoas portadoras de deficiência (pagas e fiscalizadas pelo poder público), onde o fluxo de pedestre for muito alto. Nas demais calçadas, implantem normas para que o cidadão reduza a um pequeno aclive o acesso do automóvel e garanta a circulação em nível para o pedestre, além de plantio de árvores;

- Nos bairros, estreitar as vias e alargar as calçadas para os pedestres e fazer ciclofaixas para bicicletas; em muitos lugares, a calçada deve atravessar a rua para que os carros saibam que essa rua é das pessoas;

- Fiscalizar com multa na faixa de pedestre, para que a respeitem, da mesma forma que acontece em Brasília e em outras cidades, onde os motoristas se tornaram, a partir de então, ‘motoristas cidadãos';

- Integrar metrôs, ferrovias e ônibus, todos com acessibilidade para pessoas com deficiência, e estes com as bicicletas e calçadas acessíveis;

- Implantar a bilhetagem eletrônica temporal (Bilhete Único), onde o usuário utiliza o transporte público por uma ou duas horas, garantindo cidadania e redução de custo;

- Regular os estacionamentos de automóveis com taxas progressivamente mais altas, conforme estejam mais próximas aos centros urbanos, e com esses recursos criar um fundo público para aplicar em obras de transportes públicos, calçadas e ciclovias;

- Implantar em todo o País, até 2014, a utilização de combustíveis limpos nos ônibus urbanos, com destaque para o diesel com 50 ppm (partículas por milhão de enxofre), bem como o biocombustível, gás e outros combustíveis que são de responsabilidade federal, com apoio de recursos federais e estaduais. 




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