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Ehud Barak reconhece derrota em eleições israelenses
Por Do Diário OnLine
Com Agências
07/02/2001 | 01:42
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O atual chefe de governo israelense, Ehud Barak, reconheceu na noite desta terça-feira sua derrota para o líder direitista do partido Likud, Ariel Sharon, e anunciou que vai abandonar a liderança do Partido Trabalhista, além de seu mandato de deputado no Knesset (Parlamento).

A vantagem de Sharon na vitória ultrapassa os 25 pontos, segundo os últimos dados oficiais. Com 99% das urnas apuradas, o líder da direita soma 62,5% contra 37,4% de Barak. A percentagem que falta refere-se aos votos dos soldados, mas não vai alterar o quadro.

O direitista ofereceu a Barak e seu partido trabalhista a formação de um governo de união nacional, que foi recusado. Desta forma, o Likud fará coalizões com partidos ultraortodoxos e de extrema direita e os trabalhistas continuam na oposição.

Em seu discurso de posse, na sede do partido do Likud em Tel Aviv, Sharon agradeceu aos que o apoiaram e à sua falecida esposa. Ele pediu para que a população abandone o caminho da violência e siga a paz.

O futuro primeiro-ministro disse que atrasou seu pronunciamento pois conversou "longamente" com George W. Bush. O presidente americano ligou para Sharon para felicitá-lo pela vitória e garantir que os EUA cooperarão para o avanço da paz e a estabilidade na região. "O presidente disse a Sharon que terá prazer em trabalhar com ele, especialmente para avançar a paz e a estabilidade na região", declarou o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer.

Um dos motivos desta vitória é a abstenção de cerca de 40% do eleitorado, que pode ser explicada por um boicote da comunidade árabe israelense, tradicionalmente a favor do candidato da esquerda. O comparecimento de eleitores nunca havia sido tão pequeno em toda a história do país.

Representantes dessa comunidade (13% do corpo eleitoral) fizeram campanha para sabotar esta eleição em sinal de protesto contra o desaparecimento de 13 de seus membros, mortos pela polícia durante a repressão das manifestações de apoio ao levante palestino.

Sharon, 72 anos, teve um surpreendente retorno ao cenário político israelense. Há alguns meses, os analistas o consideravam muito velho para competir com Barak. No entanto, a sua reputação de militar obcecado com a segurança de Israel lhe permitiu obter uma vantagem de 20 pontos sobre Barak nas últimas semanas da campanha eleitoral.

Barak chegou a afirmar que Sharon mergulharia Israel em uma guerra com os palestinos e com os países árabes vizinhos. Palestinos não simpatizam com o direitista e afirma que suas propostas de paz mais parecem receitas de guerra.




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