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Polícia diz que menor é mentor do massacre em Suzano

Adolescente, que foi apreendido ontem, é uma ‘pessoa fria', segundo o delegado

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20/03/2019 | 07:00
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 O adolescente de 17 anos suspeito de participação no ataque a tiros na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, é considerado um dos mentores do massacre e uma pessoa ‘fria’ pelos investigadores. O jovem foi levado para uma unidade da Fundação Casa ontem, após a Justiça aceitar pedido de internação provisória.

Segundo o delegado titular da delegacia de Suzano, Alexandre Henrique Augusto Dias, os investigadores estão convencidos que o adolescente teria envolvimento no ataque e atuado no planejamento do crime. Documentos mostram que o rapaz trocou mensagens com professores e colegas logo após o ataque. Ao comentar o crime, afirma “nem cheguei a chorar”, e ri. O delegado não comentou o conteúdo das mensagens.

“Ele é uma pessoa fria, com toda a certeza”, afirmou o delegado. Segundo ele, as investigações indicam que o rapaz é um dos mentores do massacre junto do adolescente Guilherme Taucci Monteiro, 17, acusado de liderar o ataque. “Ele foi mentor intelectual, comprou objetos que poderiam fazer ele participar do delito e teve participação junto dos autores na compra desses objetos”.

De acordo com o promotor Rafael Ribeiro do Val, responsável pelo caso, o adolescente foi imputado pelo ato de participação em homicídio. O jovem ficará internado provisoriamente em uma unidade da Fundação Casa por 45 dias – prazo em que o Judiciário dará resposta sobre o processo.

O promotor afirmou ainda que o Ministério Público investiga pessoas que tenham exaltado o atentado em Suzano pela internet. “Aqueles que tem exaltado atentados como em Columbine (Estados Unidos) e em Suzano estão sendo monitorados e serão responsabilizados, pois exaltação de um crime de forma pública é um crime”, afirmou Rafael do Val.

Os próximos passos da investigação miram como os autores do massacre obtiveram as armas utilizadas no crime e, se a compra dos objetos ter sido feita ilegalmente, uma quarta pessoa pode ser responsabilizada.

O adolescente foi apreendido na manhã de ontem e levado ao Fórum de Suzano para audiência de apresentação. A decisão foi da juíza Erica Marcelina da Cruz, da Vara de Infância e Juventude de Suzano. Ela atendeu pedido apresentado na segunda-feira, pelo promotor, após a Polícia Civil apresentar “provas contundentes” da participação no planejamento do ato.

Em depoimento à Justiça, o rapaz negou envolvimento no crime. Ele estava acompanhado dos pais e do criminalista Marcelo Feller, que representa o adolescente. Segundo Feller, a defesa ainda não teve acesso às cópias do processo e as provas colhidas pela Polícia Civil.

“Acredito, e consignei isso, que a audiência de hoje (ontem) foi um verdadeiro teatro processual, em que direitos são fingidamente respeitados”, afirmou o advogado. “Como eu poderia defender o adolescente se não conhecia as provas que existem nos autos?”

 




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