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Só 3 a cada 10 votaram em nome da região em 2014

Candidaturas de deputado com domicílio no Grande ABC foram esquecidas por eleitores locais

Por Raphael Rocha
30/09/2018 | 07:00
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Ricardo Trida 15/3/15


 Na eleição de 2014, quando o Grande ABC elegeu uma de suas menores bancadas de deputados na história, somente três a cada dez votos de eleitores das sete cidades foram destinados a candidatos com domicílio eleitoral na região.

Levantamento feito pelo Diário, com base em dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mostra que apenas 35,1% dos votos de eleitores de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra foram depositados em candidatos a deputado estadual da região. Na corrida por vagas na Câmara Federal, o índice é ainda pior: 28% dos sufrágios foram confiados a nomes regionais.

Não à toa a representatividade do Grande ABC nos legislativos estadual e nacional é diminuta: são quatro deputados estaduais (Luiz Turco, de Santo André, Ana do Carmo, Luiz Fernando Teixeira e Teonílio Barba, de São Bernardo, todos do PT) e dois federais (Alex Manente, do PPS, e Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, do PT, o primeiro de São Bernardo, o segundo, de Diadema). Outros três foram eleitos, mas não estão no mandato – Orlando Morando (PSDB) e Atila Jacomussi (PSB) renunciaram para assumir a chefia das prefeituras de São Bernardo e Mauá, respectivamente; Vanessa Damo (MDB), de Mauá, foi cassada.

Há quatro anos, a região dispunha de 2.027.756 eleitores. Desse total, os candidatos a deputado estadual com domicílio nas sete cidades atraíram 712.528 adesões. Entre os postulantes à Assembleia, o número de eleitores foi de 568.627.

A maioria dos votos do Grande ABC foi para brancos, nulos ou abstenções (823 mil, o que representa 40% do total). Houve fatia considerável também em sufrágios para forasteiros – postulantes de outras regiões do Estado.

Na corrida à Assembleia, 336.140 votos foram para políticos de fora da região. Na disputa por espaço na Câmara Federal, os forasteiros convenceram 636.135 pessoas.

“O número de abstenções, somado à quantidade de votos para candidatos de fora da região, assusta. É absurdo. É contra isso que temos de lutar. Como uma região com mais de 2 milhões de eleitores tem apenas dois deputados federais? Precisamos estancar pelo menos essa tendência de perda de representatividade”, comentou Paulo César Ferrari, da agência Octopus, que lidera o movimento Quem é do ABC Vota pelo ABC, cujo o objetivo é batalhar pelo voto regional.

POR CIDADES
O município do Grande ABC, no qual o menor volume de votos foi destinado a figuras da região, foi Santo André. Na corrida à Assembleia, a média foi de apenas 2,8 votos de andreenses a cada dez para figuras das sete cidades. Para federal, o índice foi de 2,6 para cada dez votos. Coincidentemente, o município elegeu apenas um deputado: Turco.

Em São Bernardo, onde cinco foram eleitos, a cada dez eleitores, 4,2 votaram em políticos locais na disputa a estadual. Em Rio Grande da Serra, a cada dez moradores, 4,6 aderiram a algum candidato do Grande ABC na corrida à Câmara Federal.




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