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Tenista da região vai a Roland Garros

Ana Paula Melilo vence torneio seletivo e conquista vaga no classificatório juvenil do Grand Slam francês

Por Anderson Fattori
30/04/2018 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


 O semblante determinado não deixa dúvidas de que Ana Paula Melilo conhece os desafios do caminho rumo ao sucesso no tênis. A carioca de 17 anos, que treina em São Bernardo – pelo menos até agosto, quando parte para os Estados Unidos –, é vista como uma das promessas da modalidade e garante que nada, nem seu 1,58 metro, vai atrapalhar. Os resultados lhe garantem a autoconfiança. Ela acaba de obter a maior conquista da carreira ao vencer o Roland Garros Junior Wild Card, resultado que lhe assegurou convite com todas as despesas pagas para disputar o classificatório juvenil do Grand Slam francês, em Paris.

Ana Paula embarca para a França dia 22 e estreia dia 26. Primeiro, ela vai disputar triangular contra uma chinesa e uma indiana, e a melhor estará na chave principal do torneio francês, um dos mais importantes do mundo. “Não conheço as adversárias, mas tenho certeza de que não é nada impossível de se conseguir. Meu semestre está sendo muito bom. Consegui marcar meu primeiro ponto como profissional e estou me sentindo bem”, avaliou a tenista.

Independentemente do resultado que obter na França, em agosto Ana Paula parte para outro grande desafio na carreira. Ela foi premiada com bolsa de estudo de 100% na Universidade de North Florida, em Jacksonville, nos Estados Unidos, na qual vai cursar Business. Ela espera que lá possa se desenvolver ainda mais na modalidade. “A coach, que é brasileira (Mariana Cobra), esteve aqui no fim de 2016, me viu pessoalmente, gostou e ofereceu a bolsa integral. Aqui no Brasil, como profissional, eu teria de arcar com tudo, fora que não tem quase torneios. Teria de sair toda hora do País, seria desgastante e muito caro. Além disso, aqui quase não existem meninas que jogam e isso dificulta os treinos”, explicou.

Mesmo tendo mais uma temporada como juvenil pela frente, o torneio em Roland Garros será o último na categoria. “Quero focar no profissional porque é isso que vai me estabelecer como uma grande jogadora. O juvenil foi boa transição, me deu base, mas não é parâmetro. Tem muita menina que jogou pouco no juvenil e muito no profissional. Quero disputar títulos grandes”, projetou.

A determinação da atleta impressiona. Ela passa cerca de oito horas diárias no Tênis Clube de São Bernardo – esporadicamente, usa as dependências da Juninho Tênis, academia de Santo André –, onde alterna atividades em quadra com preparações física e psicológica. Conta com estrutura de atleta profissional, proporcionada por sua mãe, Denise Lopes, grande apoiadora da carreira, ao lado do técnico Juninho, ex-atleta, dono da academia em Santo André e que, na medida do possível, vai acompanhar Ana Paula nos torneios nos Estados Unidos.

A tenista já teve dúvidas se poderia ser uma estrela, mas hoje não tem mais. “O Juninho sempre me falava que eu não acreditava no meu potencial por ter começado tarde, mas esses últimos resultados foram bons para eu provar para mim que posso estar ali”, enfatizou a atleta, que minimiza a baixa estatura. “Tenho limitações por questão da altura, mas me viro e não uso como desculpa. Gosto do estilo guerreiro da Teliana Pereira e me espelho na (Dominika) Cibulková (da Eslováquia), que também é baixinha (tem 1,60 metro) e corre muito. Sempre compensei minha estatura com a força nas pernas”, afirmou Ana Paula.




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