Diplomado ontem para segundo mandato como prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV) admitiu recuo na decisão de romper o elo político com o bloco formado pelo PPS, DEM e PEN, que elegeu cinco representantes no Legislativo. O objetivo é conseguir que um de seus aliados seja o futuro presidente da Câmara, em pleito a ser realizado no dia 1º de janeiro, além de registrar maioria no Parlamento.

A fala do verde contrasta com declaração dele na semana passada, quando assegurava não ver problemas em iniciar mandato sem vantagem numérica na Casa, descartando futura aliança com o grupo de partidos que pertenceu à sua coalizão na campanha eleitoral.

No dia 30, seguindo decisão tirada pelo núcleo duro do governo, o chefe do Executivo anunciou separação, alegando quebra de confiança com integrantes dos partidos que negociaram com a oposição votos para eleger Rivelino Teixeira de Almeida, o Pretinho (DEM), como presidente do Legislativo. A ideia do grupo foi mostrar força para administração e pleitear lugares de destaque no primeiro lugar, como o comando da Saúde.

“Tenho a expectativa de ter a maioria na Câmara. Vou tentar. Não digo que mudou (relação com os partidos). Mas vejo que as pessoas precisam fazer mudança de consciência. Quem se elegeu com o governo tem de continuar”, comentou Lauro.

Comenta-se pelos bastidores do Paço que Lauro tem realizado diálogo com os articuladores do bloco para o realinhamento com a base e obtido avanço. Eles já teriam concordado em abrir mão da presidência da Casa, mas seguem pleiteando espaço na mesa diretora.

DIPLOMAÇÃO
Foi realizado na manhã de ontem, na Câmara, o reconhecimento da Justiça Eleitoral à reeleição de Lauro e às vitórias dos 21 vereadores para o mandato de 2017 a 2020. O ato ocorreu com a presença de aproximadamente 200 pessoas.

Mesmo sem entrar em detalhes, Lauro reconheceu falhas em seu primeiro governo. Falou também que se orgulha de determinadas conquistas, como a quitação da dívida da extinta Saned (Companhia de Saneamento Básico de Diadema) com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

“Fui reeleito, mas fui aprovado com DP (termo utilizado em universidades para indicar pendências em matérias). Não ocorreu (a vitória) no primeiro turno e eu entendi o recado da população. Realizei muita coisa no primeiro mandato, o problema é que a oposição desvirtuou muita coisa do que fizemos. Levamos água ao Sítio Joaninha e ao Jardim Caviúna, por exemplo”, disse.