O grupo dos cinco países que negociou o projeto de compromisso é formado por Brasil, Estados Unidos, Índia, Quênia e África do Sul. Essas nações tentam elaborar um documento para desbloquear o expediente do acesso dos países pobres a medicamentos.

A questão está bloqueada desde dezembro de 2002, quando os EUA, pressionados pelos grandes grupos farmacêuticos americanos, impediram a obtenção de um acordo. A indústria farmacêutica americana teme que o acordo atinja medicamentos para tratar doenças não-infecciosas e que produtores brasileiros e indianos produzam remédios genéricos que inundem o mercado com versões mais baratas que seus produtos patenteados.

Essa questão é uma das mais polêmicas na agenda de negociações da OMC e uma das mais sensíveis para os países em desenvolvimento devastados por grandes epidemias, como a Aids, a malária e a tuberculose. Os mais beneficiados com este acordo seriam os países africanos, que são os mais afetados pelas doenças.

O uruguaio Carlos Pérez del Castillo, presidente da instância executiva da OMC, disse à imprensa que os negociadores se puseram de acordo sobre um texto de compromisso, que será discutido nesta noite pelos 146 Estados membros da OMC.