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Internet: empresas ignoram riscos das novas tecnologias
Por Das Agências
07/01/2001 | 13:04
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Piratas da informática, vírus, fraudes no cartão de crédito, roubo de dados, mensagens eletrônicas tendenciosas: todos estes perigos ligados às novas tecnologias podem custar caro a uma empresa. Além dos gastos em dinheiro, acarretam arranhões na imagem da companhia.

Entretanto, segundo pesquisa realizada no final do ano passado com 1,5 mil empresas da Europa e América do Norte, muitos grupos ainda não compreenderam bem os riscos da Nova Economia e estão mal preparados para enfrentá-los.

Apesar de terem acompanhado os problemas da gigante americana Microsoft com os hackers ou os prejuízos provocados pelo vírus Melissa em 1999 ou ILOVEYOU em 2000, a maior parte das companhias não possui qualquer espécie de segurança nesta área, segundo pesquisa realizada pela seguradora americana Saint Paul.

"Está muito claro que as empresas estão mal preparadas para os riscos de realizar negócios na internet", declarou Kae Lovaas, vice-presidente da St Paul, numa coletiva de imprensa em Londres.

Segundo a pesquisa, a maior parte dos dirigentes das empresas reconhece os riscos ligados à internet, mas 40% deles admite que seus conhecimentos na área são pequenos.

Três quartos das companhias não discutiram uma possível crise em virtude de problemas com a rede de computadores. “Nesta época do comércio eletrônico, cada empregado que tem um computador e um modem pode criar dificuldades para sua empresa”, afirmou Kae Lovaas.

O uso da informática para atacar as empresas não atinge apenas os grandes grupos da nova tecnologia, como a Microsoft, vítima dos hackers no final de janeiro, que interromperam o funcionamento de alguns dos seus principais sites.

Mark Schulman cita ainda o exemplo de uma empresa de estacionamento em Chicago, setor que parece menos atingido pela tecnologia e por isso deveria estar menos exposto que outros.

Esta empresa dispõe entretanto de um sofisticado sistema de registro na internet, que permite oferecer informações em tempo real sobre as vagas disponíveis. "Se uma firma de estacionamento pode usar tecnologia, isso significa que os riscos afetam todas as empresas dos Estados Unidos", declarou Schulman.

O medo do Bug do Ano 2000 sensibilizou os dirigentes das empresas, mas menos da metade das empresas pesquisadas consideraram o risco como grave e não prestaram atenção em outros perigos.

A maior parte das companhias se recusaram a detalhar os incidentes que elas prevêem em caso de pirataria eletrônica ou de roubo de propriedade intelectual, mas várias histórias a respeito deste assunto foram publicadas nos jornais.

Há alguns anos, cybercriminosos russos utilizaram um computador e uma conexão à internet para entrar no sistema informatizado do Citibank e retirar 10,4 milhões de dólares das contas de clientes.

Em agosto de 2000, a polícia britânica revelou que o banco pela internet Egg foi vítima do primeiro assalto online.

Os tablóides também noticiaram em dezembro outro caso infeliz envolvendo o respeitável escritório de advogados Norton Rose. Uma mensagem eletrônica pessoal, enviada por uma jovem a um advogado da firma que relata explicitamente a relação sexual deles, foi lida por milhares de internautas depois de uma indelicadeza do destinatário. O episódio afetou a imagem do escritório.

Lovaas citou ainda o caso de uma empresa que despediu um dos seus responsáveis da área técnica. Ele interrompeu o funcionamento da intranet da companhia durante o final de semana e afirmou que só iria ativá-la novamente na segunda-feira mediante o pagamento de US$ 100 mil.




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