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Pós-capitalização, papel da Petrobras decepciona
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28/09/2010 | 07:03
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O primeiro dia de negociação das novas ações da Petrobras assustou os pequenos investidores. Com a conclusão da capitalização (de cerca de R$ 120 bilhões) esperava-se forte alta nos papéis da estatal. As ações, no entanto, subiram somente 0,76% na sessão de ontem da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), para R$ 26,50.

Sergio Manoel Correia, analista da LLA Investimentos, afirma que a leve alta só ocorreu porque o mercado mundial estava otimista e não por causa da capitalização. "Houve boas notícias no Japão, por isso o mercado abriu de bom humor", diz. "O reflexo da capitalização nas cotações ainda vai demorar um pouco para vir."

Outras blue-chips (ações mais negociadas na Bolsa), tiveram altas significativas. A Vale PNA, por exemplo, subiu 2,10% e encerrou a sessão a R$ 45,60; a Gerdau PN teve valorização de 1,28%, a R$ 22,90. "A Petrobras subiu abaixo da média do mercado", completa Correia.

Muitos investidores compraram papéis com o intuito de realizar lucro (vender a preço mais alto que o de compra) no curtíssimo prazo. "É no longo prazo que a Petrobras vai demonstrar lucro", diz Ernesto Lozardo, professor de Finanças da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas de São Paulo).

PREÇO MENOR
Durante a sessão de ontem, os papéis chegaram a perder 0,40% e ficaram mais baratos que na hora da capitalização (de R$ 26,30) que tinha desconto de 1,8%.

Para Ricardo Almeida, professor de Finanças do Insper, daqui em diante as ações da estatal vão apresentar rentabilidade normal ou até um pouco maior, mas daqui a um ano.Ele esclarece que, tecnicamente, "rentabilidade normal" quer dizer ganhos de 5,7% ao ano acima da média da renda fixa. "Render mais do que isso depende do cumprimento dos cronogramas do plano estratégico de investimentos."

Celso Grisi, professor da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) é mais otimista. Para ele, até o fim de 2011 os papéis PN da companhia vão subir 20%, próximo de R$ 30.


Uso do FGTS na oferta foi de R$ 423 mi
A Caixa Econômica Federal registrou a aplicação de R$ 423,757 milhões de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) na oferta de ações da Petrobras. Foram, ao todo, 31.273 contas pertencentes a 25.544 trabalhadores. O uso dos recursos do FGTS na operação era permitido a quem havia aderido aos fundos mútuos de privatização que adquiriram ações da Petrobras em 2000. O processo envolveu 25 administradoras e 46 fundos mútuos de privatização. Em comunicado, a Caixa informou que a quantia investida observou o limite de 30% do saldo de FGTS ou o direito de prioridade (proporção do que o cotista tinha de investimento em 2000 e precisa aplicar agora para manter o nível de participação), sempre o menor dos dois.

Após o débito, haverá o período de carência de um ano para que o trabalhador possa retirar o investimento e retorná-lo à conta vinculada do FGTS. As hipóteses para resgate das aplicações são as mesmas definidas para o saque do FGTS e não estão sujeitas ao período de carência. (Da AE)




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