Ontem, a estreia do ex-secretário de Saúde de Diadema José Augusto da Silva Ramos (PSDB) como vereador foi marcada por tumulto e confusão na sessão entre o tucano e a bancada do PT na Câmara. Presidente da Casa e aliado de primeira hora do ex-prefeito, José Dourado (PSDB) também protagonizou o embate.

O bate-boca começou depois que Zé Augusto utilizou a tribuna para defender sua gestão na secretaria e criticar o governo federal pela falta de investimento no setor. Várias vezes o ex-secretário foi interrompido com vaias de munícipes contrários ao governo Lauro Michels (PV). Desafeto antigo do tucano, o oposicionista José Antônio da Silva (PT) rebateu as falas do agora parlamentar, que retrucou as críticas e irritou ainda mais a bancada petista. José Antônio, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, e Josa Queiroz (todos do PT) acusaram Zé Dourado de “rasgar o regimento” interno do Legislativo e privilegiar Zé Augusto. “Ele não tinha direito (de retrucar a fala). Não houve ofensa contra ele no meu discurso”, esbravejou Zé Antônio.

Os oposicionistas também se irritaram com o fato de o tucano ter tido o tempo de fala prolongado. Para garantir que o discurso do aliado não fosse interrompido, em diversas ocasiões Zé Dourado ordenou o corte do microfone dos oposicionistas.

A confusão generalizada refletiu até na plateia, onde estavam, de um lado, simpatizantes dos petistas e, de outro, funcionários comissionados da gestão Lauro e assessores do ex-secretário. A segurança da Câmara e a GCM (Guarda Civil Municipal) foram acionadas para apartar discussões acaloradas entre as partes. Não houve registro de ocorrências graves.

Zé Dourado minimizou a polêmica e negou desrespeito às regras da Casa. “Não houve descumprimento do regimento. Eu apenas cedi parte do meu tempo (de fala) para ele. É um direito meu e de qualquer vereador”, justificou o dirigente da Casa. Para Maninho, Zé Dourado agiu com “parcialidade”. “O Zé Augusto achou que aqui é a casa dele ou a secretaria, mas não é. Existem regras e elas têm de ser cumpridas”, reclamou.

Já Zé Augusto ironizou o debate. “Não teve tumulto. É claque que esse pessoal do PT faz. Foi sempre assim”, ponderou o tucano, que também negou ter se esquivado de críticas recebidas por munícipes relacionadas à precária situação da Saúde no município. “Sempre fiz prestação de contas (da gestão na Pasta) e eles não compareciam.”

Zé Augusto ainda não havia assumido cadeira no Legislativo. Ele se licenciou da vereança para comandar a Secretaria de Saúde no governo Lauro, após acordo por apoio do tucanato à candidatura do verde ao Paço, no segundo turno do pleito de 2012. Além do tucano, também assumiu vaga na Câmara o ex-secretário de Educação Marcos Michels (PSB).

Talabi fecha com o PV e admite acirramento na chapa do partido

Após meses de impasse, o vereador de Diadema Talabi Fahel decidiu fechar com o PV, como antecipou o Diário no dia 1º. O parlamentar foi expulso do PR no ano passado, em meio à intervenção do diretório estadual do partido que alçou o vereador Luiz Paulo Salgado (PR) à presidência da sigla.

Desde que deixou o partido, Talabi vinha fazendo mistério sobre seu futuro político. Em março, durante o prazo da janela partidária (troca de legendas sem perder o mandato), o parlamentar flertou com o PSDB. O PV, entretanto, já conta com quatro nomes que disputarão a reeleição (Milton Capel, Márcio da Farmácia, Albino Cardoso, Lúcio Araújo e Zé do Bloco), acirrando ainda mais a disputa por cadeira. “Eleição é trabalho. Para qualquer partido que eu fosse seria difícil”, ponderou Talabi, que admitiu que a ida do ex-secretário de Educação Marcos Michels (ex-PV) para o PSB facilitou seu ingresso no partido do prefeito Lauro Michels (PV).