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Vai faltar álcool combustível em março, alerta o Sincopetro
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06/01/2006 | 08:49
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O presidente regional do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de São Paulo) em Ribeirão Preto, Renê Abbad, fez uma previsão pessimista na quinta-feira: faltará álcool em março. “A oferta está baixa na entressafra, com uma demanda crescente, pois é a primeira vez que temos os carros flex neste período”, argumenta. “Se continuar assim, o preço chega a R$ 1,70.” Em seus três postos, o litro de álcool hidratado custava R$ 1,49, mas subiu para R$ 1,59. Ele paga R$ 1,38 por litro à distribuidora.

Mas Abbad acredita que a tendência de alta possa ser estabilizada após a decisão do governo de reunir os produtores do setor sucroalcooleiro na próxima semana. Para ele, a possível redução do percentual de álcool anidro misturado à gasolina, de 25% para 20%, seria uma medida apenas para a entressafra, para pressionar o estoque das usinas e a redução dos preços. “Mas piora a qualidade do meio ambiente com o aumento da emissão de poluentes”, diz. “A minha sugestão é que se faça essa redução apenas nas cidades do interior, mas não nas capitais, pois isso equilibraria o estoque de álcool e ajudaria o meio ambiente.”

Desabastecimento – Já o presidente da Associação dos Postos Revendedores de Combustíveis e Serviços de Ribeirão Preto e Região, Walter Amandio Basso, não acredita em desabastecimento. “Aqui não, mas em outras regiões não sei, pois a procura está maior do que a oferta”, comenta. “Não concordamos com esses aumentos, achamos abusivos, embora a cadeia precise ter a sua remuneração.” Para Basso, o governo deveria manter um estoque regulador para uma situação como esta.

Em seus dois postos, Basso fez a última compra de álcool pagando R$ 1,31 e revendendo por R$ 1,59. “Tenho as notas fiscais e mostro. Gostaria que as usinas e as distribuidoras fizessem o mesmo, pois todos sabem da margem de lucro dos revendedores, mas não a delas.” Sobre os postos que cobram R$ 1,45 o litro, Basso diz que há estoques antigos, e os donos mantêm os preços anteriores. Basso informa que alguns clientes que compraram carros flex já estão trocando o abastecimento de álcool pela gasolina.

Alta – Para reduzir o preço dos combustíveis, o governo já pensa em alterar a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). O objetivo é evitar aumentos exagerados durante a entressafra da cana, que vai até o final de abril. O corte no imposto abriria espaço para que o governo reduza de 25% para 20% a mistura de álcool na gasolina, sem prejudicar os consumidores. Ao reduzir a mistura, sobrariam 100 milhões de litros de álcool para abastecer o mercado, o que seria benéfico para o consumidor de álcool.



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