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Riacho Grande espera investimento
Por Clarissa Cavalcanti
Do Diário do Grande ABC
24/09/2005 | 07:40
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Um novo terminal de ônibus, mas sem a ampliação de novas linhas. Isso é tudo o que distrito do Riacho Grande, em São Bernardo, ganhou do poder público para sair do marasmo econômico que se encontrava no começo do ano. Em abril passado, a reportagem esteve no local e constatou que o comércio estava agonizando, com vendas muito fracas e poucos turistas, que reclamavam da infra-estrutura deficiente.

Quase seis meses depois, a situação permanece praticamente a mesma, embora haja a esperança de que, com a primavera e o verão, que trazem altas temperaturas, o público volte ao distrito.

Para muitos empresários locais, o Riacho Grande ainda apresenta muitos problemas, pois faturamento é cada vez menor. A subprefeitura diz ter uma série de projetos para recuperar o movimento de turistas. Algumas idéias já começam a sair do papel a outras ainda não têm data para serem colocadas em prática.

O Riacho Grande é um dos locais com maior potencial turístico no Grande ABC, mas nos últimos quatro anos o número de visitantes caiu e o reflexo foi imediato no comércio. Nos finais de semana de sol, as margens da represa Billings ainda ficam cheias, mas os comerciantes reclamam que os visitantes gastam cada vez menos. Além disso, quem vai ao distrito encontra estrutura deficiente e dificuldades de acesso.

Uma das principais atrações era a pesca, mas a poluição na represa Billings diminuiu a quantidade de peixes, contribuindo para afastar os turistas.

Com o fim dos peixes, as lojas de artigo de pesca, que dominam o centro do distrito, sentiram o golpe. O proprietário das lojas Lambari e Tilápia, Ily Firmino, diz que o comércio continua parado e pouca coisa foi feita. Ele conta que em dois anos o faturamento das lojas diminuiu cerca de 30%. Mantém o negócio devido aos pesqueiros que ainda resistem nas redondezas e as vendas para os clientes que vão para as temporadas de pesca em outros Estados. "A prefeitura tem que fazer alguma coisa para recuperar os peixes do Riacho."

Priscila Jorge, proprietária das lojas de material de pesca Fisgada e Ponto de Encontro, confirma que o comércio está sem movimento e a queda nas vendas chegou a 40%. Liderou um abaixo-assinado recentemente para projetos de repovoamento de peixes na represa, mas até agora a situação não mudou. Com a chegada da temporada primavera-verão, a comerciante espera recuperar as vendas. "Mesmo assim não será suficiente. Todo mundo está reclamando e não podemos depender apenas do clima."

Além das casas de pesca, comerciantes de outros ramos também se queixam da falta de movimento. Na padaria Riacho Grande, o faturamento caiu 30% nos últimos dois anos. O proprietário Jacy José Amaral culpa a queda no poder aquisitivo dos turistas. "Os visitantes diminuíram e quando aparecem gastam menos."

O dono do restaurante flutuante Nautilus, Cláudio Spaggari, até percebe melhora no movimento de seu negócio, mas reclama que a economia do Riacho Grande ainda depende muito do clima e sofre com os congestionamentos no trevo do quilômetro 29 da Via Anchieta.

Já para a dona de um dos 22 trailers de lanches rápidos da prainha, Sandra Maria Gouveia, o maior problema é a falta de banheiros, que afastaria os turistas. Ela conta que para voltar a atrair visitantes, os próprios donos dos trailers pagam salva-vidas e faxineiros.




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