O governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), pediu prazo até amanhã para impedir veto ao uso da marca Vera Cruz no antigo complexo cinematográfico, que fica localizado na Avenida Lucas Nogueira Garcez. Sócio-proprietário da empresa Cinematográfica Vera Cruz Ltda, Wilfred Khouri confirmou conversa ontem, por telefone, com o secretário de Cultura da administração petista, Osvaldo de Oliveira Neto, em que foi solicitado adiamento das tratativas devido a dívidas.

Khouri frisou que o diálogo com Neto aconteceu depois de contato com integrantes da diretoria da Telem S.A. (Técnicas Eletromecânicas) – vencedora da licitação para explorar o espaço nos próximos 30 anos. “Um dos diretores me ligou e tentou fazer contraproposta, pedindo que a primeira fatia fosse debitada em novembro. E as demais de janeiro a maio. Não aceitei, porque para dar credibilidade a esse compromisso necessitaria de um pagamento imediato, uma prova de seriedade no acordo”, pontuou.

A Prefeitura de São Bernardo perdeu o direito de utilizar nomenclatura desde segunda-feira, após a Telem não honrar pagamento parcelado aos donos da marca pela cessão onerosa no nome. Ficou estipulado entre as partes pagamento de R$ 550 mil, sendo a primeira parcela, no valor de R$ 105 mil, com vencimento para 5 de setembro – não efetuado –, e as demais, de R$ 100 mil, de janeiro a maio do ano que vem.

No contrato, foi adicionada cláusula prevendo possibilidade de atraso em até 30 dias, com multas e juros. Assim, o licenciamento ficou cancelado a partir de terça-feira.

O chefe do Executivo sãobernardense assinou contrato de cessão em junho com a Telem, que se comprometeu a investir R$ 156 milhões na modernização do espaço, em troca do uso das dependências por período de 30 anos. “Se não quiserem usar o nome ou nos pagar, tudo bem. Só peço que façam outro edital. Sinto que a empresa está querendo tirar o corpo fora de pagar. Vou esperar nova proposta, mas não criei expectativa”, acrescentou o proprietário do Vera Cruz.

Na terça-feira, o Diário procurou a Telem. A concessionária afirmou que, “se não chegar a acordo, vai utilizar a marca Estúdios São Bernardo do Campo” no complexo, que ficou nacionalmente conhecido entre 1949 e 1954, quando tornou-se polo da indústria cinematográfica do País.

Oliveira Neto ratificou diálogo com os antigos proprietários do espaço, mas classificou que entrou na negociação somente como “intermediário”. “Procurei conversar para que ocorra acerto entre as partes (Telem e Khouri). A Prefeitura tem interesse em preservar a marca (Vera Cruz). Esperamos que sexta-feira (amanhã) aconteça desfecho positivo”, considerou.

Petista apresenta arrecadação de
R$ 5,1 bi para seu último ano no Paço

O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), apresenta hoje, às 19h, no Teatro Cacilda Becker, no Centro, a LOA (Lei Orçamentária Anual) para o exercício de 2016 – último ano em que estará à frente do Executivo municipal. A peça tem valor estimado de R$ 5,1 bilhões, apenas 2,2% a mais da projeção formatada no ano passado, que estipulava planejamento de R$ 4,99 bilhões.

O tímido avanço reforça monitoramento dos gastos públicos, conforme Marinho detalhou em agosto. O chefe do Executivo sustentou, na ocasião, que a situação econômica do País pedia cautela no controle dos gastos.

A nova peça indica que os investimentos do governo petista estarão focados na área de Saúde, que receberá maior fatia do plano. Ao todo, a Pasta, que é gerida por Odete Gialdi, contará com repasse da ordem de R$ 1 bilhão.

A Habitação vem na sequência, com R$ 902 milhões, seguida pelo setor de Mobilidade Urbana, que prevê recursos de R$ 602 milhões.