Nos bastidores da política andreense, comenta-se o descontentamento e a insegurança dos funcionários do Semasa (Serviço de Saneamento Básico de Santo André) de que a autarquia seja passada às mãos da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Um dos motivos seria a dívida - não reconhecida pelo Semasa - em torno de R$ 690 milhões com a Sabesp.

Outra reclamação que correu pelos corredores da Câmara foi eventual terceirização de serviços da autarquia. Essa manobra seria maneira de sucatear ou diminuir a atuação da empresa para depois vendê-la ou entregá-la à Sabesp.

A equipe do Diário conversou com vereadores, mas nenhum quis falar abertamente. Mas afirmaram que qualquer tipo de mudança deve passar pelo crivo da Casa. O Semasa vem se recuperando do deficit orçamentário de R$ 26 milhões, justificado por conta de realizações de obras que cabiam ao Estado e ao governo federal e teriam de ter reembolso. Aliás, a dificuldade em deixar as contas no azul foi motivo de audiência com representantes da CEF (Caixa Econômica Federal) e Ministério das Cidades, que prestaram esclarecimentos em março, na Câmara.

No início do mês, o ex-aliado da gestão Aidan Ravin (PTB), Luiz Carlos Pinheiro, o Pinheirinho (DEM), teve sua tentativa de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) frustrada. O objetivo do democrata era apurar o deficit. Porém, mesmo sendo o sétimo nome necessário para protocolar o pedido de investigação, o requerimento do democrata foi rejeitado .

O superintendente do Semasa, Ângelo Pavin, garantiu, por nota, que não será privatizado. Ponderou que, o que existe no momento, é a tramitação de um processo de abertura de uma PPP (Parceria Público-Privada) especificamente para os serviços de coleta e tratamento de esgoto sanitário, que visa cumprir um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) com o Ministério Público, para tratar 100% do esgoto da cidade até o fim de 2012. A autarquia disse que, para evitar dúvidas sobre o assunto e especulações, a Prefeitura incluiu no texto da LOM (Lei Orgânica Municipal), que regula as PPPs na cidade, a determinação de que o Semasa não será privatizado.

O secretário de Saúde e Gabinete, Nilson Bonome, que também preside o Conselho Gestor das PPPs, afirmou que o Semasa está funcionando corretamente. "Está tudo bem e a situação ficará ainda melhor com repasse chegando de Brasília (R$ 12 milhões)."