Após as mudanças anunciadas pelo BC (Banco Central) para frear a expansão do crédito para pessoa física, a competição entre os bancos grandes e médios nos empréstimos para pequenas e médias empresas deve se acirrar ainda mais em 2011.

As grandes instituições financeiras reforçaram o segmento este ano, contratando centenas de gerentes e lançando produtos. Já as médios, que dominavam esse mercado praticamente sozinhos, esperam taxas de crescimento ainda maiores em 2011 que as apresentadas neste ano.

O JP Morgan prevê expansão anual de 30% para este tipo de empréstimo até 2012, ante expansão de 18% a 20% para o crédito total. O analista do JP, Frederic de Mariz, destaca que, para as pequenas empresas, os bancos médios têm vantagens competitivas quando comparados aos grandes. A razão é que instituições como ABC, BicBanco e Daycoval só fazem esse tipo de operação e são muito mais ágeis na liberação dos recursos.

Já nas grandes entidades, a liberação pode ser mais demorada. Mas neste ano os grandes bancos resolveram reforçar a área de pequenas e médias empresas.

O Bradesco foi um deles. "Fizemos reforço no varejo, com atendimento mais focado para pessoas jurídicas", diz o vice-presidente executivo do banco, Domingos Ferreira de Abreu.

O Santander contratou 600 gerentes e deve contratar mais gente em 2011. O presidente do banco espanhol, Fabio Barbosa, diz que o segmento liderará o crescimento do crédito no Brasil.

O Itaú tem 8.000 gerentes específicos para esse segmento - um por agência. O HSBC quer dobrar a carteira de empréstimos até 2012 e saltar o número de companhias clientes de 350 mil para 700 mil. No Banco do Brasil, a estratégia é abrir agências no Estado de São Paulo e chegar a 100% dos municípios brasileiros.