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Três famílias removidas na Vila do Sonho, em S.Bernardo
Michelly Cyrillo
Do Diário do Grande ABC
09/09/2010 | 07:00
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Os moradores da Vila do Sonho, localizada atrás do Jardim Laura, em São Bernardo, revoltaram-se com a remoção de três famílias que haviam acabado de se mudar. As residências foram erguidas durante o feriado, as famílias foram notificadas pela Prefeitura na segunda-feira sobre a necessidade de sair do local, já que é área de manancial.

"O sonho ficou mesmo só no nome do bairro", disse a dona-de-casa Suelen Gomes Garcia, 24 anos.

A área está localizada atrás da base da Polícia Militar Rodoviária, na Rodovia dos Imigrantes.Cerca de dez famílias moravam nesta área. As três famílias que tiveram as casas demolidas, construíram em esquema de mutirão, no fim de semana passado.

"Pedi material em vários depósitos do bairro e consegui doações. Morávamos eu, meu marido, minha filha e meu sobrinho ambos de dois anos e a minha cunhada que está para ganhar nenê", disse Suelen. A dona-de-casa chorou ao ver a marreta destruindo a casa.

Flávio Brito da Silva, 22 anos investiu R$ 3mil na obra. "Todo mundo comprou o terreno, não sabíamos que não podia construir porque os vizinhos também construíram há pouco tempo. Nós todos estamos desempregados e morávamos de favor ou aluguel. Não temos para onde ir." Silva pagava aluguel e tinha o sonho de ter a casa própria, pagou R$ 5 mil no terreno, construiu e foi morar com a mulher e o filho de três meses.

O ajudante geral Claudio Rodrigues Teodoro, 34 anos não se conformava com a ação. "Pedimos tanto para não quebrarem e esperar a gente esclarecer tudo na Prefeitura. Não sabíamos que aqui não podia construir porque tem outras casas novas".

Cerca de sete famílias construíram há menos de um ano e temem a remoção.
Vizinhos tentaram impedir a ação, mas os homens da GCM (Guarda Civil Municipal) contiveram os ânimos da população. "Houve certa resistência, mas conseguimos controlar a situação. As famílias foram notificadas que tinham de sair e acompanhamos a demolição feita pela Prefeitura", disse o Inspetor da GCM, Marco Aurélio Magalhães.

A Prefeitura de São Bernardo informou que o local era sinalizado com placas alertando a proibição da construção por conta da questão ambiental e, também, por ser área de manancial. As três famílias foram notificadas. Sobre as outras sete nada foi informado.




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