Além de palavras, os índios deixaram outras heranças: alimentos (mandioca, milho, beiju), objetos (rede, canoa), hábitos (banho diário) e brincadeiras. "Tem peteca, cabo de guerra e pular corda", afirma Enthony Davi Rodrigues, 10 anos, que descobriu tudo por meio dos trabalhos da Escola Municipal José Martins da Silva, em Diadema.

Diferentemente da peteca que temos na cidade, a indígena costuma ser feita com palha de milho, pedrinhas ou areia, fibra de palmeira e penas.

Outro passatempo dos índios bem conhecido é a cama-de-gato, em que se constrói formas com barbante preso às mãos. O objetivo é passar a cordinha de um lado para o outro, formando diferentes desenhos. Nas aldeias, as crianças usam comprido fio de palha para brincar. "É divertido. Precisa de concentração", diz Gabrielle Santos Silva, 10.

Onde vivem

Com as lições da escola, a turma também aprendeu sobre a moradia indígena. "Chama-se oca e é feita de madeira e palha", explica Daniel Mendes Neiva, 10. Segundo o menino, esse tipo de residência, em geral, não tem cômodos e janelas, apenas uma ou poucas portas.

Mas Daniel e os amigos sabem que por causa do desmatamento e das queimadas na floresta as tribos podem ficar sem lar. "Antigamente, era melhor para eles, pois viviam em paz e sem poluição", acredita Sarah Medino Soares, 10.

E não é só no Brasil que existem índios. Em várias partes do mundo há populações de origem pré-histórica que ocupavam as áreas antes da colonização europeia, iniciada no século 16. No continente americano também ganham nome de ameríndios. Na Austrália, o povo nativo é chamado aborígene.

Consultoria do linguista Aryon Dall'Igna Rodrigues, coordenador do laboratório de Línguas Indígenas da Universidade de Brasília. Fonte: O Mundo de Tainá - Uma Aventura em Tupituguês, livro de Cláudia Levay (Companhia das Letrinhas, 48 págs., R$ 29,50).