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Novo som do Brasil

Aos 36 anos, Mariana Baltar lança seu segundo disco
e esbanja pluralidade de ritmos; álbum possui 12 faixas

Por Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
16/03/2010 | 07:00
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Mariana Baltar é a expressão viva de brasilidade. Tem os pés cariocas e os braços recifenses. É bailarina desde criança, mas seu reduto é o berço do samba, a Lapa, no Rio. Seus ídolos vão de Aracy de Almeida e Assis Valente a Mônica Salmaso e a dupla Edu Kneip e Thiago Amud (dois jovens compositores em quem Mariana aposta todas as fichas).

Cantar, ela faz há dez anos. E agora, aos 36 de idade, lança seu segundo disco, que leva seu nome ("Biscoito Fino", R$ 34,90 em média).

Com a voz doce, Mariana passeia ao longo das 12 faixas do disco entoando riqueza e pluralidade rítmica.

"Nesse trabalho eu queria que a lida fosse a sonoridade; me senti à vontade porque a unidade que escolhi para esse disco está na ousadia dos arranjos", comenta a cantora.

A aproximação do passado com o presente é um dos grandes trunfos do álbum, que conta com composições de Assis Valente, Nei Lopes e Wilson Moreira, além de músicas de Kneip e Amud.

"O Thiago e o Edu são a nova linhagem da MPB. Não acredito que esse tipo de canção vai acabar, ela sofreu transformações. A música deles é brasileira, inspirada em Noel Rosa, Chico Buarque. Estou no elo dessas canções do passado, que me inspiram e eu adoro, e do presente, apostando no que está por vir", afirma.

O álbum se mostra inspirado já na primeira faixa. "Tia Eulália na Xiba" (Cláudio Jorge e Nei Lopes) vem com tudo que tem direito: bandolim, cavaquinho, violão sete cordas, percussão e coro. Abre a festa, meio ciranda e meio choro, já anunciando o que vem a seguir.

E vem de tudo: o samba-choro "Uva de Caminhão" (Assis Valente), a marcha-rancho "Canção Marinha" - o momento mais lírico do disco - que dá lugar à valsa "Tudo à Toa" (Eduardo Kneip e Mauro Aguiar), para fechar o disco com samba e jongo dos mais tradicionais, em "Tanto Samb" (Julião Pinheiro e Paulo César Pinheiro) e "Jongo do Irmão Café" (Wilson Moreira e Nei Lopes).

Agora é esperar pintar um show em São Paulo, oportunidade de conferir a cantora e suas performances de bailarina - ela não desperdiça um gesto no palco. "Gosto de unir o som, o movimento e a palavra. É para mostrar o meu trabalho na íntegra. São muitos caminhos, não é a história literal. São os gostos e o que a sonoridade da melodia representa. A letra não é só palavra, é som". E corpo também.

Tamy faz bossa moderna em segundo CD

Outra cantora que no segundo disco galga mais um degrau em busca do reconhecimento pelo talento, é a capixaba Tamy, que lança álbum independente (preço não divulgado).

Na trilha sonora de Viver a Vida como tema de Dora (Giovanna Antonelli), a canção "Vem Ver", Tamy faz som genuinamente brasileiro, inspirado na bossa nova.

A voz suave junto ao andamento rítmico leve e a precisa inclusão de elementos eletrônicos que não sobrepõem os itens anteriores, tornam o disco inteiramente agradável.

Todas as composições são da própria Tamy, algumas em parceria. Bênção de um dos mestres da bossa nova, o músico Roberto Menescal, ela já tem. Tamy compôs com ele duas músicas, que farão parte do novo disco dele. Para conhecer melhor a cantora a dica é o endereço www.myspace.com/tamyartbr.

Divas populares reunidas em álbum duplo

Na contramão da protuberante onda de jovens cantoras que surgem, o lançamento do álbum duplo "Divas Populares" ("Discobertas", preço médio não divulgado) traz as mulheres que dominaram as prateleiras no século passado.

Organizado por Marcelo Fróes, os discos trazem 30 canções de gente como Evinha, Vanusa, Wanderléa e Rosanna. O primeiro retrata a década de 1970 e o segundo, os anos 1980.

Só há hits nos discos. Entre eles "Lembranças", de Kátia, "Manhãs de Setembro", de Vanusa, "Sou Rebelde", de Lílian, "Foi Deus Que Fez Você", de Amelinha, "Escrito nas Estrelas", com Tetê Espíndola, "Amanhã Talvez", de Joanna, "O Amor e O Poder", de Rosanna, e "Bye Bye Tristeza", com Sandra de Sá.

Os cabelos Farrah Fawcett se foram junto com as ombreiras e os tons berrantes, mas não foram capazes de calar o período.




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