Economia Titulo Seu dinheiro
Investidor prefere
poupança e imóvel

Especialistas discordam das opções e destacam riscos nas
modalidades de aplicação; os dados são da Quorum Brasil

Pedro Souza
09/09/2012 | 06:46
Compartilhar notícia


Na visão dos investidores, a opção mais segura é a caderneta de poupança. E quando o assunto é rentabilidades, as ações de empresas e os títulos do governo ficam de lado. A preferência da maioria é pelos imóveis. Este é o resultado de levantamento do instituto de pesquisas Quorum Brasil, realizado em julho, em São Paulo, com 100 homens e mulheres cuja renda mensal familiar varia entre R$ 5.000 e R$ 9.000.

Segundo o sócio e diretor do instituto, Cláudio Silveira, a cultura do brasileiro é conservadora quando o assunto é investir. "É uma coisa hereditária. Antigamente o avô falou para o pai que a poupança era bom investimento e que não tinha risco. Então, o pai passou para o filho e essa interpretação continua forte", explica.

Mas o especialista em finanças pessoais André Massaro avisa que a segurança da popular caderneta não é completa. "Caso o banco em que o dinheiro está aplicado quebre, o investidor terá, no máximo, R$ 70 mil garantidos", afirma.

Isso ocorre porque as aplicações da caderneta nos bancos são protegidas pelo Fundo Garantidor de Crédito, entidade mantida pelas instituições financeiras que serve como colchão contra imprevistos, como honrar parte das dívidas se uma dessas empresas quebrar.

Portanto, o investidor que tiver mais de R$ 70 mil aplicados em um banco pode sair prejudicado se a instituição for à falência. No entanto, montantes abaixo desse valor ainda são interessantes no quesito segurança na poupança, destaca Massaro.

O especialista em finanças pessoais diz que os títulos do Tesouro Nacional, por exemplo, são mais seguros do que a poupança. O risco de o investidor não receber a sua aplicação ocorreria apenas se o País quebrasse. "E isso é bem difícil", pontua Massaro.

De acordo com o levantamento do Quorum, 74% dos homens entrevistados entendem que a poupança é o investimento mais seguro do Brasil. Em seguida aparecem os imóveis, com 65% das opiniões, e logo após a previdência privada, com 37% das preferências. Os fundos de renda fixa receberam apenas 12% das respostas do público masculino, e as ações e os consórcios garantiram 3%.

A poupança tem o menor risco na opinião de 86% das mulheres, revela o levantamento. Depois aparecem os imóveis (79%), previdência privada (47%), fundos de renda fixa (9%), consórcio (3%) e ações (1%).

CASA - Investir em imóveis é mais rentável para a maioria, segundo a pesquisa. "Mas ninguém garante a valorização de um imóvel", avisa o professor de Finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas) Fábio Gallo Garcia. Ele lembra que também há risco de o inquilino não honrar com o pagamento da locação, o que pode gerar prejuízo.

 

Fundos de empreendimentos comerciais são alternativa

O professor de Finanças pessoais da FGV (Fundação Getulio Vargas) Fábio Gallo Garcia diz que uma opção interessante para quem pretende investir são os fundos imobiliários. "O rendimento, geralmente, fica acima da poupança."

Segundo ele, essa alternativa do mercado financeiro para quem prefere direcionar o dinheiro para a área imobiliária deixa de lado muitos dos problemas que aparecem quando se compra uma casa para investir. "O lucro vem dos aluguéis e das vendas dos imóveis, que são comerciais, como prédios empresariais e shoppings. E cabe à administradora correr atrás disso, e não o investidor", explica.

"O problema é que os fundos têm baixa liquidez e você tem que vender sua cota no mercado secundário", observa Gallo Garcia.

 

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;